Os rendimentos dos Treasuries avançaram fortemente nesta quarta-feira, em sessão na qual o retorno da T-note de 2 anos tocou máxima em quase 16 anos e o de uma década voltou a superar a marca de 4%. O movimento reflete expectativas de aperto monetário mais agressivo nos Estados Unidos, após sinais de inflação persistente no país.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,891%, nos níveis mais elevados desde junho de 2007. O da T-note de 10 anos aumentava a 3,999%, tendo superado 4%, mais cedo, pela primeira vez desde novembro do ano passado. Já o do T-bond de 30 anos avançava a 3,958%.
O avanço maior que o esperado do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA, elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM), veio acompanhado de um salto do subíndice de preços a 51,3 em fevereiro.
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O indicador deflagrou uma reavaliação nas expectativas do mercado para os planos do Federal Reserve (Fed). Conforme indica o monitoramento do CME Group, as chances de uma alta de 50 pontos-base nos juros básicos em março aumentaram de forma considerável, embora a precificação majoritária ainda aponte elevação de 25 pontos-base.
O presidente da distrital do Fed em Atlanta, Raphael Bostic, defendeu hoje que a taxa básica deve ficar acima de 5% até pelo menos meados de 2024. Já o líder da regional de Minneapolis, Neel Kashkari, se mostrou aberto a uma elevação de meio ponto porcentual no próximo encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).
Dessa forma, as perspectivas de aperto prolongado sustentaram os rendimentos dos títulos públicos americanos. “O aumento nos rendimentos coincide com as novas preocupações com a inflação e uma reavaliação muito necessária das expectativas de aperto do Fed”, explica o BBH.
Diretor-gerente na Pimco, Mohit Mittal revelou que as carteiras que ele administra aproveitaram a recente queda nos preços dos títulos do Tesouro como uma oportunidade para comprar mais dívidas governamentais de prazo mais longo.
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“É improvável que uma economia tão alavancada quanto a economia dos EUA possa aguentar rendimentos reais como esse por um longo período de tempo”, afirma. “Em algum momento, a expectativa é que o Fed tenha que cortar juros”, acrescenta.