Os retornos dos Treasuries subiram nesta sessão, marcada por dois leilões de títulos com demanda abaixo da média recente, que esvaziaram a busca pelos papéis.
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O Departamento do Tesouro informou que o leilão de US$ 63 bilhões em T-notes de 2 anos teve juro máximo de 4,691%. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, ficou em 2,49 vezes, abaixo da média recente de 2,68 vezes, segundo o BMO. Na sequência, a pasta comunicou que leiloou US$ 64 bilhões em T-notes de 5 anos, com rendimento máximo de 4,320%. A taxa bid-to-cover desse pregão também ficou abaixo da média recente de 2,45 vezes, a 2,41 vezes. Às 18h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,716%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,276% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,391%.
A perspectiva, entretanto, é que a oferta desses dois títulos cresça no curto prazo, segundo o estrategista-chefe de renda fixa da LPL Financial, Lawrence Gillum. Os leilões de T-notes de 5 anos crescerão a US$ 67 bilhões em março e à estimativa de US$ 70 bilhões no segundo trimestre, de acordo com o analista. Ao mesmo tempo, o leilão de T-notes de 2 anos hoje foi o maior para esse vencimento desde 2016, e o tamanho das próximas vendas desta parte do mercado de Treasuries deverá continuar crescendo nos próximos dois meses, disse Gillum.
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A participação no instrumento de recompra reversa overnight do Federal Reserve (Fed) está diminuindo, fato que, segundo muitos investidores, podem significar juros mais elevados e mais volatilidade no mercado de Treasuries. Vários analistas e gerentes de portfólio esperam que o uso do programa continue caindo.
O CEO do deVere Group, Nigel Green, disse que a demanda por Treasuries entre seus clientes está ficando cada vez maior nos últimos meses, bem como a procura por títulos do governo britânico, os Gilts. Ele afirmou que o aumento no interesse pode ser atribuído ao crescente consenso de que os BCs vão cortar taxas de juro ainda neste ano. “Essa expectativa levou os investidores a reavaliarem as suas carteiras, com um olhar criterioso nos títulos de renda fixa, nos quais o valor intrínseco de títulos com grau de investimento se torna cada vez mais evidente”, afirmou Green. “O fascínio reside não apenas na reputação dos governos dos EUA e do Reino Unido, mas também no potencial de valorização do capital, uma vez que se espera que as taxas de juro diminuam.”