Os juros dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) avançaram nesta quarta-feira (11), em uma sessão na qual publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de novembro nos Estados Unidos foi o grande destaque. A leitura consolidou a projeção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) deverá cortar juros em 25 pontos base (pb) em sua reunião na próxima semana. Por sua vez, os futuros passos do banco central americano são alvo de especulação, com uma pausa nos cortes sendo bastante cogitada.
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Perto do horário de fechamento da Bolsa de Nova York às 18h00 (de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 4,156%; o da T-note de 10 anos avançava a 4,269%; e o da T-note de 30 anos tinha alta a 4,476%.
O CPI dos EUA subiu 0,3% em novembro ante outubro e, na comparação anual, o avanço foi de 2,7% no mês passado. O resultado fortaleceu a ideia de que o BC americano fará uma flexibilização monetária mais branda, apesar de acelerar em relação ao mês anterior. De acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group, as apostas para um corte de 25 pontos-base saltaram de 86,1% para 98,1% Na contramão, as apostas de uma manutenção dos juros caiu de 13,9% para 1,9%.
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O departamento de pesquisas do Bradesco destaca que os aluguéis imputados, maior componente do grupo de habitação, surpreenderam para baixo. “A alta de 0,23% resultou de um arrefecimento generalizado em todas as regiões pesquisadas. Esse é um resultado bastante relevante, pois esse componente da inflação vinha desacelerando de forma muito gradual, mantendo tanto o índice cheio como o núcleo de inflação pressionados”, avalia.
O comportamento dos aluguéis será bem-vindo pelo Fed, pois mostra que a inércia desse componente pode estar perdendo força, analisa o Bradesco. “Muitos membros do FOMC, inclusive Jerome Powell, já comentaram repetidas vezes que o único “setor” ainda com inflação resiliente a ser resolvida era o de habitação. Assim, o número de hoje chancela um corte de 25 pb agora em dezembro. Isso não deve alterar a estratégia de comunicação do Fed, que deve indicar cortes trimestrais em 2025″, conclui.
Ainda hoje, o Departamento do Tesouro leiloou US$ 39 bilhões em T-Notes de 10 anos, com juro máximo de 4,235%. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, ficou em 2,70 vezes, segundo o departamento, acima da média recente de 2,54 vezes, de acordo com o cálculo do BMO Capital Markets.