Os juros dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) recuavam na tarde desta segunda-feira (18), à medida que a agenda econômica esvaziada se provou uma oportunidade para aparar os excessos associados à firme escalada recente dos rendimentos. Investidores seguem atentos à montagem do gabinete do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e as perspectivas para o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
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No fim da tarde em Nova York, a taxa da T-note de 2 anos caía a 4,284%, o da T-note de 10 anos cedia a 4,420% e o do T-bond de 30 anos recuava a 4,612%.
Mais cedo, os retornos chegaram a testar alta e o da extremidade mais longa da curva atingiu maior nível desde maio. Na sexta-feira, o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, admitiu que a autoridade monetária pode reduzir o ritmo de relaxamento se a inflação continuar desacelerando.
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Neste ambiente, o mercado vê chance cada vez maior de o Fed encerrar o ciclo de redução da taxa básica de maneira prematura. Por volta das 18h (de Brasília), o monitoramento do CME Group apontava 41,6% de risco de a instituição optar pela manutenção da política em dezembro, comparado com 38,1% na sexta-feira passada. Por outro lado, a probabilidade de um corte de 25 pontos-base recuava a 58,4%.
A XP acredita que o Fed vai moderar o ritmo de alívio monetário à frente, em um quadro de incertezas sobre a dimensão das políticas expansionistas no segundo governo Trump. “Nosso cenário base considera mais um corte de 0,25 p.p. em dezembro, seguido por uma redução a cada duas reuniões em 2025 – chegando na taxa terminal de 3,5% no final do ano”, prevê a casa, em relatório adiantado com exclusividade ao Broadcast.
Apesar disso, o movimento na renda fixa se inverteu ao longo da tarde. Veículos da imprensa americana relatam uma indecisão no circulo mais próximo de Trump sobre quem deve ser o próximo secretário do Tesouro. Ex-dirigente do Fed, Kevin Warsh emergiu como um dos mais cotados para assumir a função, assim como o presidente da Apollo Global Management, Marc Rowan.
Para o BMO Capital Markets, a tendência é de que o juro de 10 anos volte a descer em direção à faixa de 4,25%. A avaliação é de que a profusão de incertezas e a falta de clareza sobre os principais temas do mercado deixam os operadores confortáveis em deixar o mercado oscilar de lado ao longo dos próximos dias, de acordo com a análise.