Os rendimentos dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) recuaram nesta terça-feira (19), pressionados pela busca por refúgios seguros diante do cenário de incerteza quanto à economia global, o que foi reforçado pelos temores de uma escalada do confronto entre Ucrânia e Rússia. Além disso, indicadores da economia americana e a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), abordada em declarações de dirigentes, foram alvo de atenção.
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No fim da tarde em Nova York, a taxa da T-note de 2 anos caía a 4,279%, o da T-note de 10 anos cedia a 4,387% e o do T-bond de 30 anos recuava a 4,577%.
A mudança na doutrina nuclear da Rússia, anunciada hoje, e o primeiro ataque de longo alcance da Ucrânia utilizando mísseis dos EUA deflagraram fluxos de demanda por ativos seguros, nota o TD Securities. Para o BMO, os desdobramentos geopolíticos tiveram foco ampliado em meio a agenda modesta de dados e falas de dirigentes de bancos centrais, avalia o BMO. “Isso deixa os mercados cada vez mais vulneráveis às manchetes sobre os conflitos, enquanto os investidores tentam com dificuldades antecipar os próximos gatilhos”, analisa o banco canadense.
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A ponta longa dos juros dos Treasuries acelerou queda após dado de construções de moradias nos EUA registrar queda maior que a esperada. Ainda hoje, o presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, disse que o corte dos juros mostra a confiança do BC americano de que a inflação está caminhando para a meta de 2% ao ano. Ele pontuou, no entanto, que ainda resta saber quanto mais os juros cairão ou onde eles podem se estabilizar.
O rendimento dos Treasuries de 10 anos se moderou nos últimos dias, de um pico intraday de 4,5%. No entanto, isto ainda representa um aumento de quase 60 pontos base desde o início de outubro, lembra o UBS. “Embora os mercados tenham antecipado uma inflação ligeiramente mais elevada na sequência da vitória eleitoral de Donald Trump, grande parte do aumento dos rendimentos foi impulsionado pela esperança de um crescimento econômico mais forte. Isto se baseou numa tendência observada em outubro, quando a resiliência dos dados dos EUA surpreendeu os investidores”, afirma o banco suíço.
