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Treasuries: juros caem, com indicadores chineses e americanos no radar

No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 3,182%

Treasuries: juros caem, com indicadores chineses e americanos no radar
Juros oferecidos pelos títulos públicos do Tesouro Direto subiram. Foto: Envato Elements

(Letícia Simionato, Estadão Conteúdo) – Os juros dos Treasuries caíram nesta segunda-feira, em meio à maior busca por segurança, após indicadores decepcionantes da China renovarem os temores de desaceleração da economia global. Além disso, investidores monitoraram dados da economia americana, que também contrariaram as expectativas do mercado.

No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 3,182%, o da T-note de 10 anos recuava a 2,793% e o do T-bond de 30 anos operava estável a 3,110%.

Em julho, a indústria e varejo da segunda maior economia do mundo cresceram menos do que o esperado. Em meio aos novos sinais de desaceleração, o banco central chinês (PBoC) inesperadamente reduziu algumas de suas taxas de juros e fez uma injeção de liquidez extra nos mercados financeiros.

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O ANZ considera que os números mais recentes indicam “estagnação” na retomada econômica da China. Ainda segundo o banco australiano, o corte de juros anunciado hoje pelo PBoC sugere que o Conselho de Estado, o gabinete da China, está “preocupado com o crescente desemprego entre os jovens”. Nesse cenário, o TD Securities resolveu reduzir sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2022, de 3,8% a 2,9%.

Nos EUA, o índice Empire State de atividade industrial no país recuou a -31,3 em agosto, ante previsão de 5,0 dos analistas. O indicador é o mais baixo desde de maio de 2020, auge da covid-19 no mundo. Já o índice de confiança das construtoras dos Estados Unidos, elaborado pela Associação Nacional das Construtoras (NAHB, na sigla em inglês), recuou de 55 em julho a 49 em agosto. O resultado veio bem abaixo da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que esperavam leve queda a 54. O dado marca o oitavo mês seguido de baixa e a primeira vez em que tem resultado inferior a 50, “medida chave de equilíbrio”, desde maio de 2020, segundo a NAHB.

Neste cenário, o BMO destaca que o movimento nas taxas dos EUA hoje foi consistente com esses decepcionantes dados americanos. Lyn Graham-Taylor, estrategista sênior de taxas do Rabobank, analisa que os investidores estão subestimando a disposição do banco central de aumentar as taxas, mesmo com a desaceleração da economia para controlar a inflação. Ele prevê que o Federal Reserve (Fed) deve subir 0,75 ponto porcentual pela terceira reunião consecutiva.