Rendimentos dos Treasuries recuam após leilão e falas de dirigentes do Fed, com investidores atentos ao prolongamento do shutdown e ao impacto da falta de dados econômicos nos EUA. (Imagem: Adobe Stock)
Os rendimentos dos Treasuries operaram em queda, enquanto o shutdown do governo dos Estados Unidos chegou ao 7º dia. Investidores seguem cautelosos diante do adiantamento da divulgação de importantes dados econômicos e enquanto digerem falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed). O movimento foi reforçado após o leilão de T-notes de 3 anos registrar yield de 3,576% e demanda acima da média.
Por volta das 17h (de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 3,573%, enquanto o da T-note de 10 anos recuava a 4,129% e o do T-bond de 30 anos cedia a 4,726%.
Estrategistas de juros do ING apontam que o juro dos títulos do Tesouro americano seguem se comportando de olho no shutdown do governo americano. “Embora prevíssemos que o rendimento do Treasury de 10 anos subisse estruturalmente para perto de 4,5%, acreditamos que a paralisação impedirá esse movimento por enquanto”, afirmam. Ao mesmo tempo, eles não esperam que o nível de 4% seja rompido para baixo sem dados mais confiáveis disponíveis.
Para a Columbia Threadneedle Investments, os movimentos dos Treasuries não refletem totalmente o impacto da paralisação. “Para os mercados financeiros, o efeito tem sido mínimo.” A paralisação atual não está relacionada ao teto da dívida, mas adia a divulgação de dados econômicos importantes. “Isso é particularmente relevante porque o Fed está atuando em um contexto altamente dependente dos dados”, afirma.
Hoje, o déficit comercial de agosto deixou de ser divulgado por conta do shutdown. Com isso, investidores se mantiveram atentos a falas de dirigentes do Fed. O diretor Stephen Miran alertou para riscos à economia caso a política monetária não seja afrouxada. Enquanto isso, o presidente da distrital de Minneapolis, Neel Kashkari defendeu que as decisões devem se basear em dados e que alguns desses indicadores sinalizam cenário de estagflação nos EUA.