Os juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) longos recuaram nesta terça-feira (16), no dia em que o mercado sacramentou a chance de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) abrir o ciclo de relaxamento monetário em setembro. As taxas aceleraram a queda ao longo da tarde e os rendimentos nos papéis longos devolveram da alta da véspera inspirada nas implicações sobre o ataque ao ex-presidente Donald Trump e preocupações com déficit público americano.
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Por volta das 17h00 (de Brasília), a taxa da T-note de 2 anos estava em 4,424%, ante 4,444% na véspera, quando tinha recuado mesmo com as altas nos títulos de vencimentos mais longos. A taxa da T-note de 10 anos operava em 4,162%, ante 4,222% no fim da tarde de ontem e 4,178% no mesmo horário de sexta-feira. No T-bond de 30 anos, a taxa projetada era de 4,373%, de 4,455% ontem e ante 4,391% na sexta-feira.
O recuo das taxas longas dá continuidade a rumo visto desde outubro, quando o rendimento na T-Note de 10 anos tocou 5%. O pano de fundo para o movimento inclui oferta de retorno razoável nos títulos sem praticamente nenhum risco se mantidos até o vencimento, rendimentos mais elevados do que papéis como os da Alemanha e do Japão, além de serem mais fáceis de comprar e vender do que outros títulos.
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As taxas chegaram a subir pela manhã após a divulgação de dados acima das expectativa de vendas do varejo nos EUA. Mas a percepção que passou a vigorar é que o indicador seria insuficiente para deter um alívio monetário, segundo analistas da CIBC Economics. “Acreditamos que um ritmo de consumo mais lento é o caminho provável no futuro com base na direção do mercado de trabalho”, escreveram os analistas em nota.
Assim, a plataforma de monitoramento do CME Group passou a precificar 100% de chance de o Fed promover o primeiro corte de juros na reunião de setembro. A curva também consolida o cenário mais provável de uma redução acumulada de 75 pontos-base este ano – três cortes se considerado o ritmo de 25 pontos-base por ajuste.
No fim da tarde, a dirigente do Federal Reserve Adriana Kugler disse que a alta do salário nominal nos EUA está moderando e que se condições continuarem evoluindo, será apropriado alterar o juro até o fim do ano.
Com informações da Dow Jones Newswires
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