Os retornos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) caíram nesta terça-feira (26), com perda de força após um indicador dos Estados Unidos e também depois de um leilão de T-notes de 5 anos. Além disso, as perspectivas para a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) seguiam como foco crucial para investidores e analistas.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos tinha baixa a 4,588%, o da T-note de 10 anos recuava a 4,232% e o do T-bond de 30 anos caía a 4,397%.
Os retornos dos bônus já caíam logo cedo, à espera de dados e do leilão. Na agenda de indicadores, o índice de confiança do consumidor nos EUA elaborado pelo Conference Board caiu de 104,8 em fevereiro (dado revisado, de 106,7 antes calculado) a 104,7 em março, quando analistas ouvidos pela FactSet previam 107,0.
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Na avaliação do Citi, o índice de confiança seguia na mesma faixa, após a revisão do mês anterior, e no curto prazo o quadro poderia seguir o mesmo. Ao longo do ano, porém, o Citi via risco de baixa na confiança, “já que o mercado de trabalho poderia enfraquecer de modo mais significativo”.
Após o dado, os retornos perderam algum fôlego. O movimento prosseguiu após o resultado de um leilão. O Departamento do Tesouro americano informou que um leilão de US$ 67 bilhões em T-notes de 5 anos registrou yield de 4,235%, com a taxa bid to cover, um indicativo da demanda, em 2,41 vezes, segundo o BMO Capital, um pouco abaixo da média recente, de 2,43 vezes.
Ainda para o BMO Capital, o mercado de Treasuries parece em uma fase de consolidação e menor volatilidade. O banco de investimentos avalia que o quadro é mais claro na política monetária, com o Fed preparando um corte de juros adiante, enquanto há também a confirmação de que os tamanhos dos leilões serão estáveis. Agora, o BMO acredita que o debate sobre quando será o primeiro corte nos juros se unirá às discussões sobre até que nível eles serão reduzidos.
Entre outras análises, a S&P Global Ratings afirmou que continua a esperar corte de 75 pontos-base nos juros em 2024, começando em junho. Para 2025, ela espera redução de 125 pontos-base, mas adverte que há riscos de relaxamento mais lento, a depender da persistência da inflação. Já o ex-vice do Fed Richard Clarida comentava em artigo o trabalho dos bancos centrais. Hoje atuando na Pimco, Clarida considerou que os dirigentes dos principais BCs ainda se mostram confiantes de que a inflação retornará à meta, mas caso isso não aconteça poderia haver pausas nos ciclos de relaxamento mais adiante.
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