Os rendimentos dos Treasuries (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) tinham leve alta no fim da tarde desta segunda-feira (26), em ajuste técnico após a queda da sexta-feira motivada pelo sinal do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, de que “chegou a hora” de cortar juros nos Estados Unidos. As taxas registraram um pregão instável, dada a incerteza sobre o ritmo de cortes a ser implementado após dados sugerirem resiliência da economia americana, o que embaralha o cenário.
No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia de 3,912% para 3,937%, o da T-note de 10 anos passava de 3,803% para 3,819% e o do T-bond de 30 anos avançava a 4,110%.
Os rendimentos dos Treasuries seguiram em queda na madrugada desta segunda-feira, com a postura defensiva dos investidores em meio a tensões no Oriente Médio e em continuidade do rumo patrocinado por Powell. Mas o ajuste técnico prevaleceu nesta semana que terá a divulgação do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE), métrica inflacionária preferida do Fed.
O UBS Wealth Management avaliou, em relatório, que o payroll de agosto será a chave que determinará se o Fed começa com um corte padrão de 25 pontos-base ou opta por um corte maior, de 50 pontos-base. “Com a inflação ainda acima da meta e o crescimento econômico aparentemente ainda se mantendo bem, não há uma sensação de que uma catástrofe esteja esperando se ele cortar apenas 25 pontos-base.” No entanto, se os dados de agosto mostrarem um aumento adicional na taxa de desemprego, ou más notícias inesperadas de crescimento das vagas criadas, isso pode gerar um senso de urgência, observa a instituição.
Para a Anova Research, startup de análise de investimento atrelada à tecnologia financeira, os juros dos Treasuries americanos têm mostrado volatilidade, com um movimento contínuo de “fuga para a qualidade” à medida que os investidores buscam minimizar riscos, mantendo a pressão sobre os rendimentos dos Treasuries. “Este comportamento pode resultar na manutenção de taxas de juros elevadas por parte do Fed, afetando as condições de crédito e o crescimento econômico global.”