As taxas projetadas nos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) subiram nesta segunda-feira (1), em um rumo que se acentuou após dados mostrarem que a atividade industrial dos Estados Unidos entrou em território de expansão em março, ampliando a preocupação com a possibilidade de os juros demorarem para cair.
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O suporte para o avanço dos rendimentos ocorre ainda após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, ter afirmado, na sexta-feira (29), que o banco central americano dependerá exclusivamente dos dados e do desempenho da economia para definição sobre o momento para cortes de juros. Reposicionamentos de carteiras com o início do trimestre e do ano novo fiscal no Japão servem ainda de pano de fundo para o pregão.
Às 17h (de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 4,713%, ante 4,623% perto das 15h00 (de Brasília) de quinta-feira, quando o mercado fechou mais cedo na véspera do feriado de Sexta-feira Santa. A taxa da T-Note de 10 anos subia a 4,324%, ante 4,200%, e o do T-bond de 30 anos avançava a 4,464%, ante 4,343%, considerando as mesmas referências comparativas.
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A alta dos rendimentos se intensificou com a divulgação do índice de atividade industrial dos Estados Unidos elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), que subiu de 47,8 em fevereiro para 50,3 em março, acima das projeções de analistas ouvidos pela FactSet, que era de 48,5. O subcomponente de emprego subiu para 47,4, ante 45,9 em fevereiro, em um dado que ampliou a ansiedade dos investidores em relação ao payroll, que sairá na sexta-feira.
Os negócios refletem ainda ajustes ao índice de preços dos gastos com consumo pessoal (índice de preços PCE), divulgado no feriado de Sexta-feira Santa. O dado amplo ficou abaixo do esperado, enquanto o núcleo confirmou a projeção da FactSet.
O mercado parece satisfeito em apontar para a divulgação do ISM como o gatilho para a alta, embora já houvesse uma liquidação (venda de Treasuries) significativa em curso antes das manchetes mostrarem que o setor produtivo de bens está agora de volta ao território expansionista pela primeira vez desde setembro de 2022, segundo o analista Ian Lyngen, da BMO Capital Markets, em nota.
O analista citou a relevância do componente de posicionamento no processo de reavaliação de preços desta segunda-feira, com o início do segundo trimestre, bem como do novo ano fiscal japonês.
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