Os juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) subiram em toda a estrutura da curva desta quinta-feira (11), com as taxas de longo prazo exibindo ajuste mais acentuado, assimilando dados mistos de inflação e sinais de crescimento nas demissões nos Estados Unidos.
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As taxas chegaram a cair, inicialmente, em reação aos indicadores, mas voltaram a tomar caminho de alta diante da avaliação de que os dados não alteraram a expectativa de alívio brando da taxa básica de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na próxima semana. O movimento das taxas contou ainda com impulso vindo do aumento dos preços do petróleo e commodities e com sinal de demanda contida em um leilão de títulos longos do governo dos EUA.
O retorno da T-note de 2 anos subiu de 3,646% no fim da tarde de ontem em Nova York para 3,653% em horário similar hoje. A taxa projetada das T-note de 10 anos passava de 3,654% para 3,680% e a do T-bond de 30 anos tinha ajuste em alta, de 3,963% ontem para 3,993%.
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Na visão do Bank of America (BofA), o PPI foi ligeiramente mais forte do que o esperado em agosto, mas isto foi compensado pelas revisões em baixa do mês anterior. Considerando as referências do dado de hoje, o banco calcula que o núcleo do índice de preços dos gastos com consumo pessoal (o índice de preços do PCE), atentamente acompanhado pelo Banco Central dos EUA, registrará alta de 0,1%, no comparativo mensal, em agosto, “o que apenas aumentará a confiança da Fed na desinflação”.
Um impulso adicional para as taxas longas veio do resultado do leilão primário de títulos de 30 anos, que teve demanda considerada abaixo da média, mas boa parte do avanço se dissipou na sessão. O Departamento do Tesouro leiloou US$ 22 bilhões em T-bonds de 30 anos, com a taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, em 2,38 vezes, abaixo da média recente, de 2,41 vezes.
O rendimento do Tesouro a 10 anos deverá subir para 4% no próximo ano, à medida que o Fed reduz as taxas de juro e evita uma recessão, afirmou o analista da Capital Economics, James Reilly, em nota.