Os rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) registraram forte avanço nesta sexta-feira (7), após o relatório payroll indicar aceleração na geração de empregos nos Estados Unidos e embaralhar as apostas em corte de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) este ano.
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No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos avançava a 4,884%, o da T-note de 10 anos aumentava a 4,430% e o do T-bond de 30 anos subia a 4,549%.
Ao longo de toda a semana, a curva futura vinha se ajustando em direção à precificiação por um relaxamento monetário mais agressivo nos EUA este ano. O movimento, no entanto, encontrou uma barreira íngreme demais para ser superada: os EUA tiveram geração líquida de 272 mil postos de trabalho em maio, acima até das mais otimistas estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast.
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Como resultado, investidores estão divididos em relação aos planos do Fed. A chance de o afrouxamento monetário começar em setembro segue majoritária, mas perdeu força e agora aparece com apenas pouco mais de 50% de probabilidade, de acordo com a plataforma de monitoramento do CME Group.
A reprecificação derrubou os retornos da renda fixa americana, mas o BMO Capital Markets afirma que a retração dos últimos dias havia deixado espaço para que a reação ao payroll não mudasse tanto os fundamentos técnicos. Assim, o juro de 10 anos permanece confortavelmente abaixo da marca de 4,5%.
“O ônus recai diretamente sobre os dados de inflação de quarta-feira para justificar ou desafiar materialmente o potencial de uma redução dos juros no terceiro trimestre”, afirma o BMO, em referência ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que será divulgado no mesmo dia da decisão do Fed.