O UBS-BB atualizou nesta semana as suas estimativas para as ações do Magazine Luiza (MGLU3), cortando o preço-alvo de R$ 23 para R$ 14, o que representa uma potencial alta de 21,32% em relação ao fechamento de segunda-feira (5), a R$ 11,54. A recomendação, no entanto, segue neutra para os papéis.
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A mudança nas projeções ocorre antes da publicação do balanço do segundo trimestre do Magazine Luiza, que deve ser divulgado na quinta-feira (8). Em relatório, o banco destacou que as vendas em lojas físicas (B&M) da varejista podem ter melhorado no período, em meio a um cenário competitivo mais favorável, o que deverá contribuir para a melhor rentabilidade sequencialmente.
As vendas de comércio eletrônico, porém, podem permanecer fracas, com operações 1P (First Party) — comércio direto através de uma loja online — estáveis. As projeções para o Magalu no 2T24 contrastam com os números reportados pelo concorrente Mercado Livre (MELI), que registrou um crescimento de 36% do GMV (volume bruto de mercadorias) do e-commerce nas operações brasileiras no segundo trimestre.
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Os analistas do UBS-BB também acreditam que as taxas de juros altas por mais tempo devem pesar na lucratividade do Magalu, afetando negativamente a demanda pelo consumo. No longo prazo, o banco de investimentos espera que a receita da varejista da família Trajano cresça em um ritmo moderado de 5% ao ano entre 2025 e 2028.
A casa ainda reduziu as estimativas de lucro do Magalu para R$ 297 milhões, R$ 671 milhões e R$ 930 milhões em 2024, 2025 e 2026, respectivamente, com base em expectativas de receita mais baixas para o negócio 3P (Third Party) — quando os produtos são vendidos por terceiros. Taxas de juros mais altas do que o esperado anteriormente e um caminho mais lento para a desalavancagem também complicam o cenário para a companhia. Antes, as projeções de lucro estavam em R$ 332 milhões, R$ 971 milhões e R$ 1,4 bilhão para 2024, 2025 e 2026, respectivamente.
Acordo da varejista com o AliExpress agradou?
Em junho, o Magazine Luiza fechou uma parceria com o Aliexpress para vender produtos da China, como itens de beleza, computer office (escritório) e home improvement (melhorias da casa), na plataforma do marketplace brasileiro. Do outro lado, o Magalu também prevê vender seus produtos no site asiático.
Na visão do UBS-BB, o acordo deverá contribuir para um crescimento mais rápido das vendas 3P da empresa brasileira. A parceria também deve reacender a ampliação do mercado da companhia para 15% em 2025, alcançando uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 10% de 2025 a 2028.
“Em suma, vemos a parceria estratégica entre Magalu e Aliexpress como uma solução ‘ganha-ganha’, acontecendo em meio a um cenário de aumento da intensidade competitiva em plataformas transfronteiriças e o Congresso aprovando um tributação incremental de 20% sobre importações de até US$ 50”, afirmam os analistas do UBS-BB.
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Vale lembrar que a Medida Provisória (MP) 1.236/2024, publicada em 28 de junho, determinou a criação da “taxa das blusinhas”, imposto de 20% que passou a ser cobrado em agosto para compras internacionais de até US$ 50. Em 2023, essas compras estavam isentas desde que os sites responsáveis pelas vendas participassem do Programa Remessa Conforme. A nova tributação busca beneficiar varejistas nacionais, como o Magazine Luiza.