O UBS Wealth Management publicou, nesta segunda-feira (3), um relatório com suas principais percepções e revisões para o cenário macroeconômico local e global. A primeira delas é o ajuste de sua projeção do dólar para os próximos 12 meses.
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Para o fim do terceiro trimestre de 2023, o banco prevê uma cotação da moeda americana em R$ 4,60, alterando a projeção até então de R$ 4,85. Já para o 4T23, o UBS projeta R$ 4,80, ante a projeção anterior de R$ 5.
No próximo ano, o dólar estará em R$ 5 nos seis primeiros meses de 2024, segundo as projeções da instituição. Anteriormente, os valores eram de R$ 5 (1T24) e R$ 5,25 (2T24).
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Outra revisão trazida pelo relatório é o superávit comecial brasileiro para US$ 70 bilhões em 2023. A nova projeção se baseia no superávit comercial recorde do Brasil de US$ 43,4 bilhões de janeiro até a terceira semana de junho – o que excede em mais de US$ 10 bilhões o recorde de 2017 estabelecido para o mesmo período.
“O maior número deste ano se deve tanto ao crescimento das exportações e uma retração nas importações. Esperamos superávit recorde acima de US$ 70 bilhões para o ano inteiro, um salto dos US$ 62 bilhões do ano passado”, diz o relatório assinado por Ronaldo Patah, diretor de investimentos Brasil, e Alejo Czerwonko, diretor de investimentos para mercados emergentes américas.
Principais impulsionadores
A interrupção do aumento de juros pelo Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) em junho se destaca como um dos principais impulsionadores para os insights, segundo o banco – apesar de destacar que os gráficos mostram dois aumentos adicionais nos juros americanos de 25 p.p. (pontos porcentuais) neste ano.
Somado à pausa no aumento dos juros mundiais, a decisão do Comitê Monetário Nacional (CMN) que manteve a meta de inflação brasileira em 3% de 2024 a 2026 (de forma contínua) e a reforma tributária que ganha força e pode ser aprovada em agosto são pontos que impulsionam as novas visões do UBS Wealth Management.
“A decisão do CMN, juntamente com a inflação mais baixa, deve permitir que o Banco Central brasileiro inicie um ciclo de flexibilização em agosto, quando as expectativas de inflação para 2024 devem estar mais próximas de sua meta”, completa o banco.
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Sobre perspectivas fiscais, a instituição afirma que, embora o saldo consolidado do setor público brasileiro tenha registrado um déficit de R$ 50 bilhões em maio, ele continua superavitário em 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos 12 meses.
Contudo, o banco afirma: “Se a nova regra fiscal for implementada conforme proposta, a dívida do governo pode subir para 83% do PIB nos próximos quatro anos, de pouco mais de 73% atualmente”, citando que os principais riscos estão relacionados às perspectivas fiscais do Brasil, dinâmica política e a política monetária.