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UBS vê bons retornos em ações de empresas de tecnologia do norte da Ásia

O estrategista do banco compara, ainda, os preços das techs nos países emergentes com os EUA

UBS vê bons retornos em ações de empresas de tecnologia do norte da Ásia
(Foto: Envato Elements)

O estrategista-chefe do UBS Investment Bank, Bhanu Baweja, afirmou que o banco espera um retorno maior com ações de empresas de tecnologia de países do norte da Ásia que dos Estados Unidos. De acordo com ele, os preços das ações em mercados como a China estão baixos devido à pressão do governo sobre o setor privado e às preocupações com o mercado imobiliário chinês, o que cria oportunidade de retornos em outros setores da economia.

“Gostamos de tech, infelizmente todo mundo gosta, mas a maioria das pessoas gosta nos Estados Unidos, das sete grandes”, disse ele a jornalistas durante a Latin America Investment Conference (LAIC), evento promovido pelo UBS em São Paulo. Ele fez referência a pesos-pesados da tecnologia americanos, como Apple, Microsoft, Google e Amazon, que estão as empresas mais valiosas do mundo.

“Eu sempre achei que as techs davam melhores retornos nos EUA que nos emergentes. Mas hoje a diferença de preço é tão grande que eu acredito que é a primeira vez que devemos estar comprados em techs emergentes”, afirmou. Segundo ele, estas oportunidades incluem a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), gigante taiwanesa de fabricação de semicondutores, e todo o setor de internet da China.

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Ao tratar de outros emergentes e de setores da economia tradicional, como as empresas produtoras de commodities, Baweja disse que os mercados atualmente estimam que o cenário nos próximos anos será o mesmo visto entre os anos de 2004 e 2007, em que China crescia a dois dígitos porcentuais todos os anos, puxando consigo a demanda por matérias-primas e os preços destes produtos em todo o mundo. “O mundo que a maioria espera é o de 2004 a 2007, em que a China estava decolando, e eu acho difícil que isso aconteça.”

Segundo o estrategista, o ano deve ser de menor ímpeto para os mercados de ações. Ele afirma que a queda na inflação deve acontecer ao mesmo tempo em que os salários crescem nos mercados desenvolvidos. Para as empresas, isso deve se traduzir em redução de margem, e consequentemente, em um crescimento dos lucros por ação abaixo do que o mercado tem previsto.

Ao comentar sobre o Brasil, o profissional do UBS disse que o País não conseguiu aumentar de forma importante a taxa de poupança desde os anos 1980 e 1990. “Quando a China estava crescendo mais, o Brasil não conseguiu ampliar sua taxa de poupança. Isso é um problema para o crescimento futuro do Brasil”, disse ele. Baweja afirmou que o País precisa estimular o investimento privado e cuidar das contas públicas para se preparar para este cenário.

No ano passado, segundo ele, o UBS estava comprado em Brasil, ou seja, recomendava a exposição ao mercado local. Agora, está mais cauteloso diante do cenário global, mas continua comprado em títulos públicos de prazo mais curto.

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