Vale (VALE3) aposta em cobre, flexibilidade de portfólio e reforça foco em margens mais fortes, afirmam XP e Genial
Companhia prevê equilíbrio no mercado de minério de ferro, mantém disciplina na alocação de capital e projeta forte avanço em metais básicos nos próximos anos
Vale reafirma estratégia de maximização de margens, disciplina de capital e expansão do cobre até 2035, enquanto mantém projeção de 360 milhões de toneladas de minério de ferro e busca equilíbrio global no setor. (Imagem: Adobe Stock)
Em reuniões com investidores, o diretor financeiro da Vale, Marcelo Bacci, e o diretor de Relações com Investidores, Thiago Lofiego, detalharam a estratégia da mineradora, que tem priorizado a maximização de margens, a disciplina rígida na alocação de capital e a flexibilidade do portfólio, para analistas da Genial e da XP,
Segundo a Genial, essa postura já se reflete em um fluxo de caixa livre com rendimento estimado em cerca de duas vezes o de BHP e Rio Tinto, com dividend yield próximo a 9% mesmo em cenário de recompras. A ação segue negociada abaixo da média histórica, a 4 vezes EV/Ebitda em 2025.
A companhia reafirmou a meta de médio prazo de produzir 360 milhões de toneladas de minério de ferro, apoiada em projetos em execução e em produtos como o blend BRBF, que adiciona cerca de US$ 400 milhões ao ano com prêmio de US$ 4 por tonelada. Já o IOCJ, de maior teor, continua com valorização, mas a empresa evita expandir em excesso para não pressionar preços.
Para os próximos cinco anos, a Vale projeta equilíbrio estrutural entre oferta e demanda global: a queda do consumo chinês seria compensada por Índia, Sudeste Asiático e Oriente Médio, enquanto Simandou e o esgotamento de minas australianas seguem no radar. O recente decreto sobre cavernas poderia destravar até 30 milhões de toneladas adicionais de capacidade, mas a administração foca no guidance com ativos já existentes.
Nos metais básicos, o plano é acelerar o cobre, com meta de 700 mil toneladas anuais até 2035 e possibilidade de chegar a 1 milhão de toneladas, movimento ainda não refletido no valuation, segundo Bacci. No níquel, a prioridade é reduzir custos e otimizar operações, mantendo ativos como Thompson em revisão, mas sem pressa para vender em momento de preços deprimidos.
A dívida líquida expandida gira em torno de US$ 17 bilhões, dos quais US$ 5 bilhões se referem a reparações de Mariana e Brumadinho. A companhia pretende manter esse indicador entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões, prevendo maior flexibilidade a partir de 2027, quando os desembolsos caem gradualmente.
A Genial avalia que não há espaço material para dividendos extraordinários no curto prazo, enquanto a XP ressalta que o cumprimento da meta de endividamento será determinante para retorno adicional aos acionistas.
A Genial mantém recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 66, o que implica potencial de alta de 14,2%. Já a XP segue com recomendação neutra para VALE3.
*Conteúdo elaborada com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast