As provisões adicionais de recursos da Vale (VALE3) para a mitigação dos danos relacionados ao rompimento da barragem da Samarco e potencial acordo global com autoridades brasileiras no valor de US$ 1,2 bilhão ficaram em linha com as expectativas do mercado, informou o Itaú BBA em relatório nesta sexta-feira (23) após a divulgação de resultados da mineradora na noite de ontem.
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O banco apontou que o valor foi menor do que o montante provisionado pela mineradora BHP na semana passada, que reservou US$ 3,2 bilhões (pós-impostos) para a mesma finalidade que a Vale.
“Acreditamos que a Vale poderia aumentar as provisões ainda mais à medida que as negociações avançam, e acreditamos que o caso base dos investidores para isso atualmente gira em torno de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões”, afirmou o Itaú BBA em relatório.
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Sobre os resultados do quarto trimestre de 2023 da Vale, o Itaú BBA afirmou que o desempenho foi sólido no período, com números mais fortes na divisão de ferrosos e um melhor preço do minério de ferro realizado, o que compensou o aumento nos custos de entrega à China e volumes de vendas mais baixos.
“Na divisão de ferrosos, o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 36% em relação ao ano anterior, à medida que a melhor realização do preço do minério de ferro de US$ 118,3 a tonelada (aumento de US$ 23 a tonelada em relação ao ano anterior) mais do que compensou o aumento de custos e os volumes mais baixos”, afirmou o banco.
Na divisão de metais básicos, por sua vez, o Itaú BBA destacou que o Ebitda ficou 33% mais fraco em relação ao ano anterior. A queda de preços do níquel, em 25%, além da redução de 18% nas vendas do produto foram fatores responsáveis pelo pior desempenho no segmento. Os negócios de cobre, por outro lado, tiveram um avanço no Ebitda com um total de US$ 375 milhões alcançado no período dos três últimos meses de 2023, US$ 210 milhões acima no intervalo anual, em função da maior quantidade de cobre vendido (aumento de 36% na comparação anual), compensando a queda de 10% nos preços.
Com relação aos custos, o Itaú BBA apontou para uma melhora sequencial.
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O banco destacou que o custo caixa C1 (excluindo compra de terceiros) atingiu US$ 20,8 a tonelada, o que representa um aumento US$ 1,3 por tonelada na comparação anual, mas redução de US$ 1,1 por tonelada sequencialmente.
“O desempenho sequencial foi auxiliado pelos efeitos positivos das mudanças nas taxas de câmbio, rolamento de inventário e diluição de custos fixos”, acrescentou o Itaú BBA.