

O Itaú BBA reiterou recomendação outperform (equivalente a compra) para a Vale (VALE3), com preço-alvo de R$ 13 para os Americans Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da empresa, o que representa um potencial de valorização de 47,2% ante o fechamento de segunda (7).
Para o banco, nos níveis atuais, as ações da mineradora, top pick (favorita) no setor, tem um valuation (valor do ativo) atraente.
Em relatório, os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares destacam que as ações da Vale estão sendo negociadas com um múltiplo atrativo EV/Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) de 3,4 vezes previsto para 2025, o que representa um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) – excluindo desembolsos para Mariana e Brumadinho – de 13% para 2025 e um rendimento de dividendos da Vale de 12%.
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“Para cada redução de US$ 5/tonelada em nossa previsão de preço médio de minério de ferro, o rendimento do FCF da Vale cai cerca de 2,5 pontos porcentuais. Isso implica que em um cenário onde os preços médios do minério de ferro sejam de US$ 90/tonelada em 2025 (o que sugere preços de minério de ferro em US$ 85/tonelada até o final do ano), a empresa geraria um rendimento FCF de 8%, que se compara bem com seus pares brasileiros”, destacam.
Como as tarifas dos EUA impactam a Vale
A equipe pontua que os preços do minério de ferro até segunda caíram 4% (US$ 4/tonelada) desde o anúncio das novas políticas tarifárias dos EUA, performando melhor que outras commodities como o petróleo (queda de 13%, ou US$ 10/bbl).
“Dado que os EUA não são um player-chave na indústria de minério de ferro, os impactos diretos no equilíbrio do mercado são baixos. No entanto, os potenciais efeitos colaterais de uma guerra comercial mais pronunciada – com impactos negativos no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global e uma potencial redução na produção de aço chinesa – podem exigir um nível maior de cautela dos investidores no setor”, ressaltam.
Embora acreditemos que o mercado esteja antecipando uma deterioração adicional nos preços do minério de ferro, o desempenho inferior da Vale em relação aos preços do minério de ferro (7 pontos porcentuais no período) melhorou a atual proposta de risco/recompensa para as ações. “A Vale (VALE3) continua sendo nossa principal escolha, com valuation atraente mesmo em cenários de estresse”, afirmam.