As ações da Vamos (VAMO3) estão entre as maiores baixas do Ibovespa nesta quarta-feira (7), após a empresa divulgar o seu balanço do primeiro trimestre de 2025. Às 16h09, os papéis da companhia tombam 10,58% a R$ 4,31, depois de já terem oscilado entre máxima a R$ 4,70 e mínima a R$ 4,19.
A empresa registrou lucro líquido de R$ 107,8 milhões nos três primeiros meses do ano, queda de 45,6% em relação ao mesmo intervalo de 2024. Já o Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) da Vamos cresceu 10,1% no trimestre, totalizando R$ 886,7 milhões. A receita líquida consolidada da companhia, por sua vez, somou R$ 1,332 bilhão no período, avanço anual de 24%.
A Vamos encerrou o primeiro trimestre do ano com uma alavancagem de 3,3 vezes dívida líquida sobre Ebitda, estável em relação ao final de 2024. O período foi o segundo trimestre desde a reestruturação societária da companhia, após o desmembramento do segmento de concessionárias para a Automob (AMOB3), com a Vamos agora totalmente focada nas operações de locação e industriais.
Para o BTG Pactual, a empresa apresentou um crescimento sólido de receita e alavancagem estável no primeiro trimestre, mas o lucro seguiu pressionado por despesas financeiras elevadas e ativos ociosos. “Embora as ações VAMO3 negociem a múltiplos pouco exigentes, uma melhora sustentada nas margens e nos lucros será essencial para que os investidores voltem a ter confiança no caso”, ressaltam os analistas do banco.
Já na avaliação do Itaú BBA, o destaque negativo foi a desaceleração da margem Ebitda nas vendas de ativos usados, que ficou em 7%, uma queda de 15 pontos percentuais na comparação anual e de 11 pontos percentuais na comparação trimestral. “A forte contração da margem é um ponto que ainda precisa ser melhor compreendido, mas, considerando a valorização dos caminhões nos últimos anos, pode indicar que a empresa está vendendo ativos adquiridos após o início da inflação do setor de caminhões”, diz.
Projeções para 2025 vêm abaixo das expectativas
A Vamos também divulgou seu guidance (projeção) para o ano fiscal de 2025, que veio mais fraco do que o consenso de mercado, segundo os cálculos do BTG. A estimativa para o Ebitda ficou entre R$ 3,85 e R$ 4,15 bilhões, versus o consenso compilado pela própria empresa, de R$ 3,9 bilhões. Já a projeção para o lucro líquido ficou entre R$ 450 e R$ 550 milhões, contra o consenso de R$ 489 milhões.