A Vamos (VAMO3) registrou lucro líquido de R$ 107,8 milhões no primeiro trimestre de 2025, queda de 45,6% ante igual intervalo de 2024. O recuo reflete as maiores despesas financeiras diante das taxas de juros ainda elevadas, segundo o CEO da companhia, Gustavo Couto.
“Os juros, infelizmente, machucam o lucro líquido. Não controlamos isso”, afirma o executivo em entrevista ao Broadcast sobre o balanço da Vamos. No entanto, ele destaca que a companhia tem trabalhado para minimizar os impactos do aumento da despesa financeira, focando no aumento de eficiência operacional e redução dos estoques, por exemplo.
Diante desse cenário, o Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) da Vamos cresceu 10,1% no trimestre, totalizando de R$ 886,7 milhões, com destaque para a contribuição do segmento de locação. “Estamos encontrando um crescimento saudável, apesar da economia desafiadora”, avalia Couto.
Estoques e eficiência da Vamos
Em relação à redução de estoques, o CEO ressalta ainda que a receita de venda de ativos de locação saltou 82% ante um ano antes, atingindo R$ 290 milhões, volume recorde. O resultado ajudou a impulsionar a receita líquida consolidada da companhia, que somou R$ 1,332 bilhão no trimestre, avanço de 24% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
“O volume de ativos disponíveis para locação ou venda apresentou redução de R$ 75 milhões no trimestre, reforçando o foco da companhia na melhora do capital empregado”, segundo comunicado da Vamos.
Já a ocupação de frota, um dos indicativos de eficiência operacional, segundo Couto, se manteve em trajetória crescente. O indicador totalizou 85% do total do imobilizado bruto.
Alavancagem
A Vamos encerrou o primeiro trimestre do ano com uma alavancagem de 3,3 vezes dívida líquida sobre Ebitda, estável em relação ao final de 2024. Couto vê espaço para redução do indicador. “Acreditamos que podemos fechar o ano com alavancagem entre 3 vezes e 3,2 vezes”, afirma.
O executivo da Vamos (VAMO3) atribui a possibilidade de queda à combinação de ganho de eficiência e redução dos estoques, que ajudam a diminuir as despesas financeiras mesmo no cenário de juros altos.