O BTG Pactual estima que os cortes de geração renovável por razões sistêmicas – chamados no setor elétrico pelo jargão “curtailment” – terão pouco impacto no resultado da Vibra Energia (VBBR3) como um todo, dada a participação de apenas 15% da Comerc no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês, o lucro operacional) da companhia.
“Estimamos um impacto potencial no 2T25 de aproximadamente R$20-30 milhões ou 1% do Ebitda da Vibra. Ao analisarmos a Comerc, cerca de 55% da geração da Ebitda está exposta ao curtailment, o que a longo prazo pode representar um risco de queda, pois acreditamos que o mercado não precifica esse fator”, afirmaram os analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha.
Eles pontuam que, assumindo cortes de longo prazo de 15% e um preço de R$ 200 por megawatt-hora, há um potencial de queda de 5% no valor patrimonial da Comerc, empresa de energia elétrica da Vibra.
Os analistas esperam para o segundo trimestre de 2025 que as restrições de geração renovável impactem 15% da geração solar da Vibra e 13% da eólica e lembram que os cortes podem levar a empresa a ter que comprar energia no mercado de curto prazo (spot) para fazer frente a eventuais contratos de longo prazo (PPAs).
Eles pontuam, no entanto, que o curtailment tornou-se um problema estrutural no Brasil e avaliam que o tema não impactará materialmente a Vibra, embora reconheçam os riscos potencias de queda. “Continuamos a manter nossa preferência pela Vibra, pois a empresa é a beneficiária mais óbvia do impulso contínuo por uma maior supervisão regulatória no setor, especialmente dada sua maior alavancagem no negócio de distribuição [de combustíveis]”, pontuaram.
Carvalho e Cunha veem também espaço para ganhos adicionais de eficiência e expansão de margem, especialmente a partir de melhorias nas operações principais da empresa a serem desbloqueadas num prazo de 12 a 18 meses. O preço-alvo da Vibra nas contas do BTG é de R$ 25,00 por ação e a recomendação é de compra.