Após a teleconferência da Vivara (VIVA3), realizada na segunda-feira (18), para explicar os motivos da mudança inesperada de CEO, cargo recém assumido pelo fundador da companhia Nelson Kaufman no lugar de Paulo Kruglensky, o Bradesco BBI manteve sua recomendação outperform (equivalente a compra) para a ação da companhia, com preço-alvo a R$ 43.
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Tal patamar representa potencial de alta de 69,6% ante o fechamento desta terça-feira (19). No entanto, neste dia, as ações da Vivara caíram 4%, dando sequência à queda de 14,03% na véspera provocada pela desconfiança do mercado em relação à troca de comando na organização – veja mais detalhes aqui.
“Nosso rating outperform, que sugere nenhuma grande interrupção da estratégia da nova equipe de gestão na trajetória da empresa, é mantido, mas agora com maior vigilância diante de uma mudança tão imprevisível. Esperamos ver a empresa eliminar o risco de governança e ruído operacional gerado por esse evento”, avaliam os analistas Pedro Pinto, Felipe Cassimiro, Joao Andrade e Renan Sartorio em relatório enviado a clientes.
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Para o time de analistas, os acionistas minoritários se sentiram desconfortáveis com o ruído gerado pela mudança. “Esse sentimento poderá manter as ações sob pressão durante algum tempo e, olhando para o futuro, indicações consistentes de disciplina de capital e de qualidade dos resultados serão as chaves para reduzir o risco e reavaliar novamente a tese”, apontam.
Para o banco, o ruído da governança, o potencial mudança na direção estratégica afastando-se de uma trajetória vencedora até agora e o pouco apetite de risco da nova administração são pontos que precisam ser abordados de forma mais clara pela companhia. Por outro lado, ressalta que “Nelson Kaufman possui profundas competências e expertise e sempre foi uma voz importante na trajetória de sucesso da Vivara ao longo dos últimos anos”.
Mudança de CEO
A troca de CEO foi anunciada pela Vivara na noite da última sexta-feira (15). Segundo relatório do Bradesco BBI, Nelson Kaufman, fundador e maior acionista, foi quem pediu uma alteração na forma como a empresa é administrada. “Nelson elogiou o trabalho de seu sobrinho (ex-CEO Paulo Kruglensky), dizendo que ele tinha experiência em finanças, embora tenha comentado que não tinha o mesmo conjunto de habilidades multifuncionais de Nelson”, afirma o banco em relatório sobre a teleconferência.
Nelson deixou o cargo de CEO da Vivara há 13 anos, quando foi substituído pelo filho, Marcio Kaufman, que então renunciou em 2021, quando o ex-CEO Paulo Kruglensky assumiu o comando. Em fato relevante divulgado na semana passada, a companhia afirma que “o empresário retorna ao comando da companhia, com o propósito de dar continuidade aos caminhos que a Vivara tem trilhado desde 2019, com a Oferta Pública Inicial (IPO), além de resgatar e solidificar as bases que trouxeram a empresa até aqui”.
