A Votorantim Cimentos teve um lucro líquido de R$ 1,145 bilhão em 2022, o que representa redução de 30% na comparação com 2021. Essa queda foi explicada principalmente pelo aumento do custo de combustível, energia, frete e matéria-prima, que comprimiram as margens no período. Já o volume de vendas ficou praticamente estável em 36,8 milhões de toneladas.
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O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 4,920 bilhões, recuo de 6% na mesma base de comparação. A margem Ebitda encolheu 5 pontos porcentuais, para 19%.
A receita líquida da companhia totalizou R$ 25,797 bilhões, um incremento de 16%, enquanto o custo dos produtos vendidos aumentou 23%, chegando a R$ 20,983 bilhões. As despesas gerais e administrativas tiveram alta de 10%, para R$ 1,507 bilhão.
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A Votorantim explicou que foi praticado um aumento de preços de cimento em todas as regiões, na tentativa de mitigar, parcialmente, a pressão de custos no período.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou negativo em R$ 1,295 bilhão. Essa despesa, entretanto, ficou 13% menor. Houve aí o efeito positivo da valorização do real no período, porém parcialmente compensada pelo aumento da taxa de juros e amortização de dívidas.
Os investimentos totalizaram R$ 2,0 bilhões, expansão de 36%. Esse aumento é explicado pela maior base de ativos decorrente das aquisições realizadas no ano passado, pelo aumento inflacionário e pela estratégia global de investimentos em modernização da plantas.
A companhia encerrou 2022 com dívida bruta de R$ 11,2 bilhões, uma queda de 11%. Essa baixa se deveu à apreciação do câmbio (R$ 5,58 por dólar em dezembro de 2021 e R$ 5,22 em dezembro de 2022) e pelos pagamentos antecipados de dívida. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou estável Em 1,5 vez. No final de 2022, a Votorantim Cimentos detinha R$ 4,9 bilhões em disponibilidades de caixa.
Resultado por região
No Brasil – principal mercado do grupo – a receita líquida aumentou 23%, para R$ 12,7 bilhões, principalmente devido ao aumento de preços, que compensou a ligeira queda de volume do mercado no período. Houve uma queda na procura de cimentos para as reformas e obras domésticas (autoconstrução) diante da inflação e dos juros altos. Esse cenário foi parcialmente compensado pelos setores imobiliário e de infraestrutura, com demanda mais forte.
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Já a operação da América Latina viu a receita cair 17%, para R$ 812 milhões. A retração foi puxada pelo Uruguai, mercado onde houve a entrada de um novo competidor em meados de 2021. Outro ponto desafiador, segundo o grupo, foi o mercado da Bolívia, devido às manifestações populares e às paralisações no último trimestre.
Na operação da América do Norte, a receita líquida subiu 4%, atingindo R$ 7,4 bilhões, também em função de aumento de preços nos Estados Unidos e no Canadá, além do volume adicional de McInnis – negocio cuja aquisição foi concluída em abril de 2021.
Nas operações de Europa, Ásia e África, a receita líquida aumentou 16%, para R$ 3,4 bilhões, numa combinação de subida de preços com um volume de vendas consistente. Aqui, o grupo destacou o impacto positivo do aumento de volume de exportação na Tunísia e na Espanha, tanto orgânico quanto em razão do volume adicional da fábrica de Alconera, adquirida em outubro de 2021. Esses efeitos mitigaram a queda de volume na Turquia e no Marrocos, países que tiveram mercados mais desafiadores.