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![XP vê aumento de turismo argentino no Brasil. Foto: Adobe Stock](https://einvestidor.estadao.com.br/wp-content/uploads/2025/02/bandeira-argentina_130220252414.jpg-710x473.webp)
A XP Investimentos alertou, em relatório publicado na quarta-feira (12), sobre um boom de compras de argentinos na região Sul do Brasil, impulsionado pela forte valorização do peso argentino frente ao real desde o fim de 2023. Diante desse cenário, algumas ações de varejistas brasileiras podem se destacar, na visão da corretora.
Mapeando dados de turismo, a casa observou que o número de turistas “hermanos” no País aumentou 33% no quarto trimestre de 2024, com o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná representando 60% de todo o tráfego de viajantes. O interesse pelo Brasil foi impulsionado pela expressiva alta do peso em comparação ao real. Desde o final de 2023, a divisa argentina saltou 150%, tendo acumulado ganhos de 10% somente em 2025.
Além de checar os dados de turismo, a XP também fez uma rápida busca em e-commerces para comparar preços de mercadorias. Ao analisar uma lista de 50 Unidades de Manutenção de Estoque (SKUs, na sigla em inglês) – código que identifica produtos – do site da Lojas Renner (LREN3), a corretora constatou que os preços no Brasil estão cerca de 60% abaixo dos preços na Argentina, considerando as taxas de câmbio atuais.
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Quanto aos bens duráveis, uma cesta de 8 SKUs no Mercado Livre (MELI) no Brasil apresentou um valor total 50% inferior ao preço dos mesmos produtos no site argentino, enquanto a lista de cosméticos com 10 SKUs apontou um preço total 41% mais baixo em comparação a uma farmácia local do país vizinho.
Outro objeto de análise da XP foram os dados dos Estados do Sul. Eles mostram que a demanda na região está dando sinais de resiliência, tendo registrado uma aceleração em janeiro em comparação a dezembro, de acordo com o Índice de Varejo da Cielo (ICVA). “No entanto, observamos que podem haver outros fatores por trás desse desempenho, além do aumento do turismo argentino“, pondera a corretora.
Se essa resiliência persistir no curto prazo, a casa destaca que a Lojas Renner e o grupo Dimed (PNVL3), dono das farmácias Panvel, podem ser beneficiados, afinal possuem a maior exposição aos Estados do Sul dentre as empresas da Bolsa. Na visão da XP, Carrefour (CRFB3) e Magazine Luiza (MGLU3) são outros players com grande exposição à região em comparação com os pares listados
“No geral, não esperamos que isso tenha um grande impacto nos resultados das varejistas brasileiras, embora possa ser um vento favorável marginal, especialmente para produtos de marca”, completa a corretora, que tem recomendação neutra para LREN3, MGLU3 e CRFB3 e indicação de compra para PNVL3.
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