Um levantamento elaborado pela equipe de fundos da XP com gestores multimercado da plataforma mostra que 92% deles possuem posição comprada (que aposta na alta) em ações brasileiras. Conforme relatório, o resultado vem em meio a um aumento de otimismo com a economia do País e de olho nas perspectivas de cortes de juros.
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“Nos últimos anos, em especial em 2021 e 2022, muitos gestores macro brasileiros se destacaram com posições apostando na alta de juros dos países desenvolvidos. Com o aumento das incertezas em relação à economia global, o risco da carteira desses gestores foi sendo reduzido e ajustado na medida em que a clareza em relação à trajetória global e local de juros foi sendo elevada. Ao longo do ano, vimos uma mudança na alocação de risco local por parte desses gestores, em especial a partir de maio, quando o mercado passou a ter maior visibilidade em relação à trajetória da Selic”, descreve a XP, em relatório.
Conforme a pesquisa de dezembro, os gestores aumentaram o risco médio das carteiras, tanto global (de 3,16 para 3,46) quanto localmente (de 3,72 para 4,04). “Estamos acompanhando uma redução, mesmo que marginal, na percepção de risco, e atualmente 52% apresentam uma perspectiva neutra para a economia global, e 40% se mostram negativos, valor levemente inferior ao observado na última pesquisa realizada em novembro”, afirma a XP. Em relação à economia local, atualmente 88% dos gestores se mostram otimistas com a economia brasileira, contra 24% na última pesquisa.
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A XP destaca que novembro foi um “mês de recuperação significativa para os mercados de ações, com a Bolsa brasileira se beneficiando tanto da melhoria global quanto de avanços no cenário interno, como a queda da Selic e progressos na agenda fiscal”.
A pesquisa foi feita entre os dias 29/11 e 08/12 e foram consultadas 27 gestoras que possuem mandatos multimercados do tipo macro, informa a XP, em relatório assinado pela analista de fundos Clara Sodré.
Perspectivas para Selic e IPCA
É consenso entre os gestores que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve cortar os juros em 0,5 ponto porcentual na reunião da próxima quarta-feira (13), deixando a Selic em 11,75% ao ano, patamar em linha com pesquisas anteriores da XP. Já as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no fim deste ano caíram de 4,41% para 4,60%.
“Em relação ao posicionamento no mercado de juros, observamos que as maiores convicções estão nos mercados de juros futuros, com parte dos gestores pontuando posições aplicadas (que apostam na queda) no juro nominal e real, mantendo-se em linha com a pesquisa anterior”, descreve a XP.
Posições vendidas em dólar aumentam
No mercado de câmbio, houve um “aumento considerável” de gestores que informam ter posições vendidas (que apostam na queda) em dólar ante o real e outras moedas, segundo a XP. Em novembro, 33% dos gestores estavam vendidos, número que subiu para 74% em dezembro.
“Na visão dos gestores, caso haja uma continuidade da tendência de dados econômicos cada vez mais fracos e o mercado siga precificando que os bancos centrais dos países desenvolvidos irão começar a cortar os juros em meados do ano que vem, o dólar global tende a seguir perdendo valor contra todas as moedas do G10 e contra a maioria das moedas dos países emergentes”, descreve o relatório da XP.
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Neste mês também há consenso sobre a desvalorização do euro, enquanto alguns gestores informam posições compradas em moedas emergentes e no iene.