A XP destaca que a maior parte da política de dividendos da Petrobras (PETR3; PETR4) foi mantida inalterada, mas que ainda é “difícil dizer se foi melhor ou pior do que o esperado”. Assim, a corretora espera uma reação neutra dos investidores, ao mesmo tempo em que mantém a visão de que, aos preços atuais, as juniores brasileiras de óleo e gás são um investimento de risco-retorno preferível do que a estatal.
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“O fato de os pagamentos trimestrais terem sido mantidos de acordo com uma fórmula pré-definida (e não com diretrizes subjetivas) é positivo, assim como os 45% de FCO (fluxo de caixa operacional) menos capex ficar um pouco acima dos 40% que o consenso esperava. Por outro lado, a inclusão da aquisição de participações societárias para a definição do capex e a falta de detalhes sobre as recompras de ações ainda tornam o montante de pagamento de dividendos incerto”, escrevem Andre Vidal e Helena Kelm, em relatório.
Os analistas elencaram como principais mudanças: (i) a recompra de ações foi confirmada como um mecanismo para devolver dinheiro aos acionistas (mas sem detalhes sobre isso); (ii) o percentual de FCO menos capex a ser devolvido aos acionistas foi reduzido de 60% para 45% (esperava-se consenso acima de 40%) e; (iii) a definição de capex agora considera não apenas aquisições de PP&E e intangíveis, mas também participações societárias (portanto, os riscos de M&A agora pesam diretamente na incerteza de dividendos).
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Com isso, especificamente para os dividendos referentes aos resultados do segundo trimestre, a XP estima um valor um pouco maior a ser declarado, de US$ 2,8 bilhões (cerca de R$ 1/ação ou aproximadamente 3,5% yield sobre a ação preferencial da Petrobras).
Vidal e Kelm veem os papéis da Petrobras sendo negociados a cerca de 13% o dividend yield e cerca de 22% o FCF (fluxo de caixa livre) yield nos próximos trimestres, o que “é um bom nível e suficiente para manter nossa recomendação de compra”. No entanto, a XP reitera que ainda há muitos riscos no horizonte e que a Petrobras deve continuar sendo um investimento de “baixo beta para o petróleo”, com a corretora vendo o recente desempenho das ações pelo menos parcialmente explicados pela alta nos preços do Brent.
A XP ainda afirma que o programa de recompra de ações é o próximo marco importante a ser observado, pois no Brasil os dividendos são isentos de impostos e, portanto, há menos incentivo para buscar a recompra de ações às custas dos dividendos. “No caso da Petrobras, se o governo optar por focar em ações ordinárias, acreditamos que a reação do mercado será negativa. No entanto, o governo enfrenta uma situação fiscal difícil e, sob essa lente, os dividendos são uma rota preferível”, afirmam os analistas.
O caso base da corretora é de que o governo fará algumas recompras de ações para criar uma narrativa política, mas não o fará de maneira significativa. Contudo, a XP destaca que essa possibilidade continuará sendo um risco para o caso de investimento em Petrobras.
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