A XP reforçou a recomendação de compra para Motiva (MOTV3), a ex-CCR, e EcoRodovias (ECOR3), mas atualizou o preço-alvo para os dois papéis. Apesar de reduzir o valor da primeira e elevar o da segunda, os analistas mantiveram a Motiva como favorita no setor de rodovias pedagiadas diante da perspectiva de impulsos positivos para os resultados da companhia.
O preço-alvo da Motiva foi reduzido de R$ 16,20 para R$ 15,30, potencial alta de 13% em relação ao último fechamento. “Vemos uma avaliação atrativa de 11,9% da taxa interna de retorno (TIR) real do patrimônio líquido e com potenciais gatilhos à frente”, escrevem os analistas Pedro Bruno, Matheus Sant’anna e João Ramiro.
A tese de investimento é baseado em um perfil de crescimento seletivo da Motiva após as recentes conquistas de concessões de grande porte, “com um balanço sólido e potencial de reciclagem do portfólio, abrindo espaço para crescimento adicional em projetos com um perfil de retorno adequado”. Os especialistas citam também a visão amadurecida sobre a reciclagem do portfólio.
“Avaliamos o momento atual como um ponto de inflexão para o desinvestimento no segmento de aeroportos, que agora acreditamos que deve ser um gatilho real, visto que as principais implementações de investimentos estão próximas da conclusão. Além disso, também acreditamos que há potencial para desbloqueio de valor nos segmentos de rodovias pedagiadas e mobilidade urbana”, comentam.
EcoRodovias
Para a EcoRodovias, o trio de analistas elevou o preço-alvo de R$ 7,30 para R$ 8,30, visando potencial alta de 23% ante o último fechamento. Eles argumentam que a companhia apresentam perfil de fluxo de caixa/alavancagem “mais arriscado”, já que possui grandes compromissos de investimento em um ambiente de altas taxas de juros.
Ainda assim, avaliam que a EcoRodovias passa por um momento operacional positivo. “A companhia vem surpreendendo as estimativas de Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] consensuais recentemente, devido a um forte crescimento do tráfego acima do mercado, devido a investimentos que desbloqueiam gargalos na expansão da capacidade”.
Os especialistas enxergam também oportunidades de crescimento no portfólio existente, embora com espaço limitado para licitar novos projetos com o balanço atual. Nesse sentido, ressaltam oportunidades internas, com possíveis aperfeiçoamentos, otimização do Eco101, implicando em retornos sólidos e previsíveis. A reciclagem do portfólio também entra na lista.