Vale (VALE3) é uma das maiores mineradoras do mundo. (Foto: Adobe Stock)
A XP participou de uma reunião com o presidente da Vale (VALE3), Gustavo Pimenta, o CFO, Marcelo Bacci, e o diretor de Relações com Investidores, Thiago Lofiego. A corretora saiu do encontro com uma perspectiva geral positiva, principalmente na frente operacional, diante de uma visão mais clara da estratégia da mineradora para o futuro.
Os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano destacam a ênfase em melhorias operacionais e estabilidade, sem deixar de avançar na agenda institucional, política e ambiental; a operação do minério de ferro está centrada no aumento de produção e redução de custos; e o foco no aumento de produção de cobre e metais básicos, com potenciais desinvestimentos sob consideração.
“Desde que Pimenta assumiu o cargo de CEO da Vale, a empresa resolveu vários problemas, incluindo o acordo de Mariana e a renovação das concessões ferroviárias, ao mesmo tempo em que melhorou o relacionamento da Vale com as autoridades federais e municipais no Brasil”, apontam os analistas, que veem no futuro um foco maior na frente operacional.
Em relação ao minério de ferro, a Vale foca em executar projetos-chave para alcançar uma produção de 340 milhões a 360 milhões de toneladas. Esse aumento de produtividade, na visão da XP, levará a novas reduções de custos, podendo chegar a US$ 20 por tonelada nos custos C1. A administração da empresa foca agora em aumentar a produção de minério de ferro sem depender das cavernas e melhorar o processo de licenciamento.
Além disso, a mineradora planeja dobrar a produção de cobre até 2035, mesmo que, como relatam os analistas, os prazos permaneçam cautelosos devido a complexidades técnicas e considerações sobre financiamento. Já as operações de níquel seguem desafiadoras, com a gestão focando na redução de custos.
Por fim, a XP relata que a estratégia de alocação de capital da Vale prioriza a recompra de ações ante dividendos. A mineradora também reiterou sua disciplina no capex, que deve ficar abaixo de US$ 6 bilhões nos próximos anos, buscando equilibrar manutenção com crescimento seletivo para preservar a flexibilidade financeira.
A XP reiterourecomendação neutra para as ações da Vale.