A comercializadora de energia elétrica Zeta Energia tem apostado nos contratos de longo prazo (PPA, na sigla em inglês) e na demanda dos consumidores por energia de fontes renováveis, muitas vezes, associada a certificados internacionais que comprovem a origem limpa para garantir rentabilidade em meio ao cenário de baixos preços de energia elétrica do mercado doméstico.
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A empresa faz parte de uma estrutura de fundos de investimento do grupo Delta Energia sendo uma investida, especificamente, do Fundo de Investimentos Delta Energia Strategy, que de maio de 2019 a março de 2023 obteve rentabilidade consolidada de 67,5%, ancorada, sobretudo, na volatilidade no preço da energia registrada no período, explicou o diretor da comercializadora Pedro Nascimento.
“Tivemos uma oscilação de preço bem significativa e isso é um dos fatores para termos conseguido a rentabilidade almejada pelo fundo, pelo investidor. O mercado deu oportunidades para a gente conseguir esse retorno”, disse o executivo.
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O período incluiu a pandemia de covid-19, com impacto em diversos setores incluindo o eletroenergético, e a crise hídrica no ano seguinte, que afetou a entrega das usinas hidrelétricas e, portanto, resultou em alta de preços.
Desde o ano passado, porém, com a melhora das condições hídricas e o crescimento da carga abaixo do esperado, os preços caíram e a expectativa é que permaneçam nesse patamar nos próximos meses. Com a variação registrada em 2022, obteve seu maior crescimento, de 71%, diante do patrimônio líquido do início do ano.
Neste contexto, o também diretor da comercializadora Roberto Costa Filho explicou que a empresa aproveitou o momento de expansão da geração eólica e solar para se estruturar e atender a demanda que ficou concentrada no mercado livre, diante da sobrecontratação que há nas distribuidoras, responsáveis por atender os consumidores que estão no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e não podem escolher seus fornecedores.
“A Zeta foi vista como um veículo de expansão e crescimento do mercado livre onde os geradores usaram nosso portfólio como um off-taker, que nada mais é que um comprador de energia de longo prazo, para estruturar esses projetos”, explicou.
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Em outra frente estão os consumidores, que demandam cada vez mais que as fontes sejam renováveis e têm buscado contratos com essa característica. “A Zeta tem hoje total capacidade de atender esses consumidores não só com energia limpa, mas também com os certificados de energia renováveis, que estão na nossa carteira e nos permitem participar das cotações, o que cada vez mais têm sido um diferencial para atender essa demanda”, completou sob a disponibilização dos I-RECs.
O I-REC (International REC Standard, em inglês) é um sistema internacional que permite o comércio de certificados de energia renovável, por meio de uma metodologia unificada. Cada I-REC emitido por uma usina produtora de energia renovável (eólica, fotovoltaica, biomassa ou Pequena Central Hidrelétrica – PCH) corresponde a 1 megawatt-hora (MWh) de energia limpa gerada.
“Hoje é um diferencial, mais para frente, isso vai ser algo de prateleira. O fornecedor de energia vai oferecer, além do preço em reais por MWh o certificado de energia renovável, porque o consumidor vai exigir isso”, reforçou Nascimento.