Semana começa positiva, apesar da ausência de direcionadoresA semana começa com ânimo melhor no exterior, ainda que o fôlego continue bastante restrito, depois que os índices S&P 500 e o Dow Jones bateram níveis recordes e o Nasdaq alcançou o maior patamar em dois anos. Como pano de fundo para os negócios, segue a percepção dos investidores de que os Bancos Centrais irão, em algum momento nos próximos meses, dar início a um processo de afrouxamento monetário –ou seja, corte de juros.
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Neste sentido, na semana passada, a ata do Banco Central Europeu da reunião de dezembro enfatizou o recente declínio da inflação na zona do euro, mas reforçou novamente que os próximos passos dependem da evolução dos dados. Além disso, a nove dias da decisão do Federal Reserve, a precificação de manutenção dos Fed Funds na atual faixa de 5,25% a 5,50% estava em 97,4%, enquanto as chances de não haver mudança também em março estavam em 56,5% -a maior possibilidade de corte agora aparece a partir de maio.
Finalmente, na Ásia, como esperado, o Banco do Povo da China (PBoC) manteve as principais taxas de juros inalteradas pelo quinto mês consecutivo. Assim, o que se vê neste início de semana são bolsas com altas inferiores a 1% na Europa, assim como parece ser essa a tendência para os mercados americanos, como sugerem os índices futuros por lá agora cedo. Para além dos mercados acionários, o dólar opera perto da estabilidade ante outras moedas fortes, os contratos futuros do petróleo passaram a subir, enquanto os preços futuros do minério de ferro registraram leve baixa em Singapura, após o primeiro ganho semanal em três semanas, com foco dos investidores ainda na fraqueza do setor imobiliário chinês.
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Por aqui, em sessão de agenda de indicadores esvaziada, o Ibovespa pode mostrar uma alta moderada também –de fato, o EWZ, principal ETF brasileiro negociado em Nova York mostrava alta similar ao dos demais mercados. Como direcionador para os negócios, portanto, o lado fiscal será novamente o principal contribuinte com a sanção do Orçamento de 2024 no radar. Segundo especialistas em contas públicas, caso a MP da reoneração da folha de pagamento seja revogada -como mencionou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) -, a equipe econômica do Governo terá de incorporar ao Orçamento de 2024 toda a renúncia fiscal gerada pela desoneração, calculada em cerca de R$ 20 bilhões, colocando em xeque a meta de déficit zero para o ano.
Agenda econômica 22/01:
Brasil: O destaque da agenda local é o IPCA-15 de janeiro, mas que será conhecido apenas na sexta-feira. Hoje é esperada a entrevista com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no programa Roda Viva, da TV Cultura (22h00) e o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sanciona o Orçamento de 2024 (16h00). Como de praxe nos inícios de semana, o Boletim Focus foi conhecido logo cedo hoje (8h25).
EUA: A primeira leitura do Produto Interno Bruto(PIB) do quarto trimestre, além da inflação PCE de dezembro, ambos na quinta-feira, são os destaques na semana.
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Europa: O Banco Central Europeu (BCE) decide sobre juros, na quinta-feira, com coletiva da presidente do BCE, Christine Lagarde, logo em seguida. Amanhã será conhecido o índice de confiança do consumidor da zona do euro e, na quarta-feira, é a vez dos PMIs compostos da Alemanha, zona do euro e Reino Unido
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