Após o balde de água fria trazido pelo forte Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de março nos Estados Unidos e os sinais da ata da reunião de março do Federal Reserve (Fed, banco central americano) levarem aos investidores e vários economistas a postergarem a previsão do primeiro corte de juros, de junho para setembro, passando a contar com apenas duas reduções em 2024, os mercados internacionais seguem se ajustando em baixa, com os índices futuros de Nova York as principais bolsas da Europa mostrando novas perdas nesta manhã de quinta-feira (11).
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Não bastasse uma inflação que não cede no ocidente, lá do outro lado do mundo os preços também não ajudam – muito pelo contrário: o CPI na China desacelerou em março, vindo abaixo do consenso e bem distante da meta de inflação de 3% ao ano, fortalecendo a percepção de uma economia enfraquecida por lá.
Fora dos mercados acionários, o dólar recua moderadamente frente às principais moedas, após um salto da moeda americana nessa quarta-feira (10). Os contratos futuros do petróleo caem, depois de terem subido mais de 1% ontem em meio a persistentes tensões no Oriente Médio, enquanto os preços futuros do minério de ferro tiveram alta de 1,29% em Dalian, apesar dos dados mais fracos do gigante asiático.
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Essa dinâmica externa traz vieses distintos para as negociações locais: embora o desempenho das principais commodities possa ajudar no desempenho do Ibovespa, os demais setores tendem a ficar pressionados – de fato, as ADRs (recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3) subiam no pré-mercado em Nova York.
Assim, sem um forte referencial externo, os investidores devem repercutir fatores locais, como as vendas no varejo e os avanços da pauta fiscal no Congresso – sobre esse último, a relatora do Projeto de Lei que prevê a reoneração gradual da folha de pagamentos de 17 setores da economia, deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), disse que seu relatório vai manter a desoneração até o fim de 2027, conforme aprovado anteriormente e que o Governo vai retirar o regime de urgência da proposta.
Agenda econômica 11/04:
Brasil: Destaque para as vendas no varejo restrito e ampliado em fevereiro (9h) e o Índice Commodities do Banco Central (14h30). Para o dado de atividade, a mediana indica recuo de 1,3% no varejo restrito em fevereiro, após crescimento de 2,5% em janeiro. Entre os eventos do dia, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central (BC), Renato Dias Gomes, realiza palestra (12h) e o de Política Econômica, Diogo Guillen, participa de ciclo de reuniões trimestrais com economistas ao longo do dia.
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EUA: Estão programadas a leitura de março da inflação ao produtor (PPI) e os pedidos semanais de auxílio-desemprego (9h30), além de falas de três dirigentes do Fed: de Nova York, John Williams (9h45); de Boston, Susan Collins (13h); e de Atlanta, Raphael Bostic (14h30).
Europa: O Banco Central Europeu (BCE) anuncia decisão de juros (9h15) e a sua presidente, Christine Lagarde, participa de coletiva de imprensa (9h45).
China: O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,1% na comparação anual de março, após avançar 0,7% em fevereiro, ficando aquém da projeção de alta de 0,4%. Já o índice de preços ao produtor (PPI) registrou queda anual de 2,8% em março, ante recuo de 2,7% no mês anterior, em linha com a projeção. Na comparação mensal, o CPI caiu 1% em março, enquanto o PPI cedeu 0,1%.
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