Mais uma vez prevalece o clima de cautela entre os investidores, mas ao contrário dos últimos dias, desta vez o sentimento é motivado pela decepção com os resultados da Alphabet (Google) e AMD, duas gigantes americanas da tecnologia –no pré-mercado essas ações caíam quase 8%. Com relação aos temores relacionados a uma guerra comercial entre as duas maiores economia do mundo, as ações da Apple recuavam com a notícia de que a China estuda investigar políticas e tarifas da loja de aplicativos da Apple (App Store), enquanto nos Estados Unidos o Serviço Postal informou que suspenderá temporariamente a distribuição das encomendas vindas da China e de Hong Kong. Em meio a esse ambiente, o que se vê são mercados acionários, em sua maioria, em queda nesta manhã de quarta-feira. Para além das bolsas, o dólar amplia o as perdas ante outras moedas, os rendimentos dos títulos de renda fixa americanos (Treasuries) recuam, os contratos futuros do petróleo caem, enquanto os preços futuros do minério de ferro caíram 0,99% na volta do feriado em Dalian, na China, cotados ao equivalente a US$ 110,45 por tonelada.
Esse contexto deve reduzir o apetite pelos ativos locais hoje também, embora dados domésticos possam corroborar um cenário de desaceleração da atividade e potencialmente reduzir as expectativas relacionadas ao avanço da Selic, retirando parte pressão dos juros futuros. Sobre o tema fiscal, um estudo apresentado por deputados mostra que o aumento de despesas obrigatórias e programas que não entraram no Orçamento vão gerar gastos extra de R$ 22,8 bilhões nas contas públicas em 2025, mesmo com os efeitos do pacote de corte de gastos aprovado no ano passado.
Agenda econômica
Brasil
Destaque para a divulgação da produção industrial de dezembro (9h), que devem mostrar o terceiro recuo mensal consecutivo. É esperado também o índice dos gerentes de compras (PMIs) composto e do setor de serviços (10h).
EUA
Foco nas estimativas da ADP para a geração de empregos no setor privado em janeiro (10h15) e na balança comercial de dezembro (10h30), além de discursos do presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin (10h), de Austan Goolsbee, de Chicago (16h30), da diretora do Fed Michelle Bowman (17h) e do vice-presidente Philip Jefferson (21h30).