Há uma certa indefinição pairando nos mercados internacionais neste início de quarta-feira (11), em meio à preocupação dos investidores de que o Fed tenha esperado demais para cortar juros, o que, em tese, poderia ser evidenciado pela leitura da inflação americana daqui a poucas horas. O mercado de opções de juros nos Estados Unidos ainda aposta em um corte de, pelo menos, 0,50 pp nos juros este ano, mas provavelmente não antes das eleições de 5 de novembro –ontem, inclusive, a candidata Kamala Harris colocou Donald Trump na defensiva e, após o debate, as chances da Democrata vencer a eleição aumentaram para 56%, em comparação com 53% antes do encontro. Em meio a este cenário, o que se vê são índices futuros em queda em Nova York e bolsas em leve alta na Europa.
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Em outros mercados, o dólar recua frente a maioria das moedas, as preocupações com a desaceleração do crescimento nas principais economias levaram os rendimentos dos Treasuries de dois anos ao menor nível desde 2022, os contratos futuros do petróleo avançam, depois de recuarem ao nível mais baixo em mais de dois anos, em reação a um possível excesso de oferta da commodity, enquanto os preços futuros do minério de ferro subiram em Singapura, após caírem brevemente abaixo de US$ 90 no início da semana.
A valorização das principais commodities tende a ser decisiva para o desempenho dos ativos locais, apesar de um ceticismo global –de fato, o EWZ, principal ETF do Brasil negociado em Wall Street, subia um pouco no pré-mercado. Entre os direcionadores paraos negócios está a notícia de que o Governo Federal não deve pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma prorrogação no prazo para que o Congresso Nacional e o Poder Executivo cheguem a uma solução consensual sobre a desoneração da folha dos 17 setores e dos municípios -o prazo, que já foi adiado uma vez, termina hoje. Caso a Câmara não aprove o projeto de lei até esta data, voltará a valer a decisão do ministro da Corte, Cristiano Zanin, que determinou a retomada da cobrança, o que poderia contribuir para alguma redução de prêmios ao longo da curva a termo.
Agenda econômica
Brasil
A pesquisa mensal de serviços (PMS) de julho (9h00) é o principal indicador, sendo esperada estabilidade (0,0%), após alta de 1,7% em junho. Entre os eventos, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai sancionar (10h) o projeto de lei que prorroga e Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores e Displays (Padis) e cria o Programa Brasil Semicondutores (Brasil Semicon).
EUA
Destaque para o índice de preços ao consumidor (CPI) em agosto (9h30), que deve ter subido 0,2% na base mensal, leitura igual à do mês anterior, e desacelerado de 2,9% para 2,5% na comparação anual, conforme sugerem as projeções de mercado.
Europa
A presidente do conselho de Supervisão Bancária do Banco Central Europeu (BCE), Claudia Buch, fala em conferência do BaFin (11h). Mais cedo, no Reino Unido, os dados da produção industrial indicaramrecuo de 0,8% em julho ante junho, aquém da alta de 0,3% prevista para o período.
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