Abertura de Mercado: Dúvidas seculares e impactos históricos

Os mercados acionários seguem em queda livre diante das dúvidas dos investidores sobre o impacto do aumento das tarifas americanas ao maior nível em 100 anos –e seus possíveis impactos para a atividade econômica mundo afora, naturalmente. Houve, no entanto, um esboço de alguma melhora no sentimento dos investidores depois que a China evitou retaliação e sinalizou abertura de diálogo com os Estados Unidos, embora tenha reiterado disposição para “lutar até ao fim”.

Em outros mercados, o dólar recua frente às demais moedas, os rendimentos dos Treasuries sobem, com os de 30 anos atingindo o maior nível desde novembro de 2023, em meio a crescentes dúvidas sobre o status de refúgio dos títulos soberanos americanos, enquanto os preços futuros das principais commodities aprofundam as perdas, com o petróleo atingindo uma nova mínima de quatro anos e o minério ferro recuando mais 2,68% em Dalian, aos US$ 93,88 por tonelada.

Esse ambiente possivelmente continuará pesando sobre o desempenho dos ativos locais hoje. Ontem, em evento realizado pelo Bradesco BBI, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil pode ser menos prejudicado do que outros países pelo “tarifaço” de Donald Trump, além de observar que a guerra comercial chega em um momento em que o Brasil não possui dívida externa, com reservas cambiais expressivas e saldo comercial robusto. Além disso, acrescentou que os juros estão elevados, o que significa espaço para ação da política monetária se for necessário estimular a economia –o que pode reforçar a tese de queda na Selic antes do previsto, mitigando as quedas por aqui.

Agenda econômica

Brasil

Destaque para os dados de vendas no varejo restrito e ampliado de fevereiro (9h) e estoque de crédito de fevereiro (8h30). Entre os eventos do dia, acontece a abertura da IX Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da CELAC, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cumpre agenda em Brasília e tem reuniões com o presidente do Comsefaz, Flávio Oliveira, e outra com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo e com os Ministros da Casa Civil, Rui Costa,e do Trabalho, Luiz Marinho para tratar de assuntos governamentais.