A visão de que juros globais ficarão mais altos por mais tempo, uma economia enfraquecida na China e um eventual contra-ataque de Israel ao Irã estende o movimento generalizado de queda que foi observado no início da semana.
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Nesse ambiente, as principais bolsas da Europa exibem perdas superiores à 1%, enquanto os índices futuros de Nova York têm baixa – o Dow Jones, no entanto, esboça algum sinal de recuperação. A participação de Jerome Powell em um painel no início da tarde, junto com outras falas de dirigentes do Fed ao longo do dia, deverá ser observado, mas a princípio não deve ser um direcionador positivo para os mercados.
Enquanto isso, fora do mundo das bolsas, os rendimentos dos Treasuries estendem o avanço da
segunda-feira, o índice dólar tem a 5a alta consecutiva, refletindo a maior busca por proteção, os
contratos futuros do petróleo anularam os ganhos recentes, mas sem se distanciar da marca dos US$ 90 por barril, depois de altos responsáveis militares israelitas reafirmarem que o seu país não tem outra escolha senão responder ao ataque de drones e mísseis do Irã no fim de semana, enquanto os preços futuros do minério de ferro caíram mais de 2,5% em Singapura, em reação à queda da produção de aço chinesa em março a pouco mais de 88 milhões de toneladas, quase 8% inferior ao mesmo mês do ano passado.
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Esse ambiente externo é desfavorável à tomada de risco e deve contaminar os ativos domésticos hoje – especialmente se considerarmos a mudança da meta fiscal para os próximos anos, que sugerem uma política mais expansionista de gastos e passam exigir maiores esforços do Governo para o reequilíbrio das contas públicas. De fato, no pré-mercado americano, o principal fundo de índice (ETF) brasileiro negociado, o EWZ, caia mais de 1%.
Agenda econômica 16/04
Brasil: A FGV divulga o IGP-10 de abril (8h) e o Banco Central, o boletim Focus (8h25). Entre os eventos, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chegam a Washington, onde participam das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial.
EUA: O presidente do Fed, Jerome Powell, participa de painel (14h15) e o FMI divulga relatório com projeções econômicas (10h). Logo cedo (9h30), saem os dados sobre as construções de moradias iniciadas e a produção industrial de março (10h15). Na frente corporativa, destaque para os números do Bank of America e do Morgan Stanley.
Europa: O índice de expectativas econômicas da Alemanha subiu para 42,9 pontos em abril, ante 31,7 pontos em março, segundo pesquisa divulgada pelo instituto alemão ZEW, um resultado bem acima da expectativa de 35 pontos. Já o índice de condições atuais medido pelo ZEW também apresentou melhora, ao subir de -80,5 pontos em março para -79,2 pontos em abril.
China: O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,3% no primeiro trimestre deste ano, ante igual período de 2023, ficando acima das estimativas de crescimento de 4,5%, mas ainda assim indicando uma leve desaceleração em relação ao resultado do quarto trimestre de 2023, quando o PIB do país cresceu 5,5%, na comparação anual.
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Enquanto isso, a produção industrial subiu 4,5% em março de 2024, na comparação anual, abaixo do avanço esperado de 5,5%, e as vendas no varejo avançaram 3,1% na comparação anual do mês passado, também aquém da projeção de 4,3%. Finalmente, os investimentos em ativos fixos tiveram expansão anual de 4,5% entre janeiro e março.
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