A sessão desta sexta-feira começa com os investidores reavaliando suas estratégias, especialmente se considerarmos que as bolsas americanas rumam para a semana mais forte do ano, diante de uma enxurrada de dados que estimularam o otimismo de que a maior economia do mundo evitará uma recessão –e, de quebra, está pronta para o início do processo de queda dos juros. O S&P 500, por exemplo, sobe 3,7% nos últimos quatro dias, enquanto o Nasdaq avança mais de 5%, os maiores ganhos desde novembro. Diante disso, o que se vê agora cedo são índices futuros de Nova York e as principais bolsas europeias com desempenhos mais contidos.
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Em outros mercados, o dólar cai no exterior, devolvendo parte da alta de ontem, os rendimentos dos Treasuries recuam, os contratos futuros do petróleo também caem, marcando o final de uma semana turbulenta, diante da perspectiva de demanda chinesa mais fraca se sobrepondo aos dados econômicos americanos mais fortes e a um possível ataque do Irã ou de seus representantes contra Israel, enquanto os preços futuros do minério de ferro registraram perda semanal profunda, atingindo o nível mais baixo desde 2022, refletindo as preocupações de que a crise na indústria siderúrgica que se espalha pela China possa minar a demanda, enquanto a oferta das mineradoras permanecem crescentes.
Existem diversas forças distintas atuando sobre os ativos locais hoje: commodities em baixa, maior moderação entre os investidores internacionais e o vencimento de opções sobre ações por aqui. Tudo isso combinado coloca em dúvida a continuidade do movimento de alta do Ibovespa, que já se estende por oito pregões consecutivos. Entre os direcionadores locais, está a notícia de que o Governo vê uma “brecha” no Congresso Nacional para indicar o novo presidente do Banco Central em duas semanas, ainda em agosto, retirando parte das incertezas que contribuem para os prêmios em demasia adicionados à curva de juros futuros.
Agenda econômica
Brasil
Destaque para o IGP-10 de agosto (8h) e o IBC-BR de junho (9h) entre os indicadores. Com relação aos eventos, o presidente do Banco Central,Roberto Campos Neto, profere palestra (10h), os diretores Diogo Abry Guillen (Política Econômica) e Paulo Picchetti ( AssuntosInternacionais e de Gestão de Riscos Corporativos) participam de reunião trimestral com economistas, em São Paulo (9h30), enquanto Otavio Ribeiro Damaso (Regulação) também faz palestra (16h). Já o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem reunião com CEO da Suzano (10h) e representantes de setores industriais, a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, participa de reunião na Fiesp (9h30) e o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda no Rio Grande do Sul.
EUA
Estão programados os dados de construções (9h30), sentimento do consumidor e expectativas de inflação (11h). O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, participa de evento (14h25).
Europa
A zona do euro apresentou superávit comercial de 17,5 bilhões de euros em junho, segundo dados com ajustes sazonais publicados pela Eurostat. Em maio, o bloco havia registrado saldo positivo menor, de 12,4 bilhões de euros, de acordo com número revisado. Na comparação mensal, as exportações do bloco caíram 0,2% em junho, enquanto as importações diminuíram 2,4%, também considerando-se ajustes sazonais. No resultado sem ajustes, a zona do euro teve superávit comercial de 22,3 bilhões de euros em junho, maior do que o superávit de 18 bilhões de euros observado em igual mês do ano passado.
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