A manhã desta quarta-feira (15) é, mais uma vez, positiva nos mercados internacionais, com algumas das principais bolsas rumando em direção a novos recordes, em uma recuperação liderada pelo setor de tecnologia – é válido notar, porém, que o ímpeto é um tanto quanto reduzido agora cedo.
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De uma forma geral, aparentemente, existe uma percepção de que o dado de inflação ao consumidor americano, que será conhecido daqui a pouco, não afetará os rumos da política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e que o início dos cortes de juros já estaria contratado para o segundo semestre do ano – nessa terça-feira (14), por exemplo, a inflação ao produtor por lá subiu mais do que o projetado, mas os principais componentes do índice que alimentam o PCE (a medida inflacionária mais levada em consideração pelo Fed) foram mais fracos.
Enquanto isso, em outros mercados, os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) de dez anos e o dólar recuam, os contratos futuros do petróleo operam de lado, após um relatório da indústria ter mostrado a redução dos estoques americanos e os preços futuros do minério de ferro caíram pelo segundo dia, refletindo preocupações sobre o mercado imobiliário da China, que levaram o país a considerar uma proposta de que os governos locais comprem milhões de casas não vendidas – o que seria uma das tentativas mais ambiciosas até agora para salvar o setor.
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Independente de um cenário mais favorável no exterior, a tendência é que tenhamos um novo dia descolado em termos de desempenho por aqui – de fato, a demissão do presidente da Petrobras (mais detalhes a seguir) provoca uma queda acentuada nas American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da estatal e prejudica o desempenho do EWZ, o principal fundo ETF brasileiro lá fora, que caia quase 2%.
Agenda econômica 15/05:
Brasil: O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de março é o principal indicador da sessão (9h) e, para o dado, é esperado um recuo de 0,20%, após avanço de 0,40% em fevereiro. No mesmo horário, presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participa da abertura da segunda edição da Conferência Anual do Banco Central. O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa de evento em Nova York (9h35). Além disso, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em viagem para acompanhar o desastre climático no Rio Grande do Sul. Entre os balanços, saem Marfrig (MRFG3) e Light (LIGT3) após o fechamento da B3.
- Leia mais: Tragédia no Rio Grande do Sul pode tirar até 0,4 ponto porcentual do crescimento do PIB deste ano
EUA: O índice de preços ao consumidor (CPI) é o grande destaque do dia (9h30), sendo que a expectativa é que o resultado de abril repita a taxa de 0,4% de março, enquanto o núcleo desacelere a 0,3% no mês. No mesmo horário, serão conhecidos os dados sobre as vendas do varejo e o indicador de atividade industrial Empire State do Fed de Nova York. Mais tarde, teremos o Índice de Confiança das Construtoras relativo a maio (11h) e o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, participa de conversa na Williston Basin Petroleum Conference (13h).
Europa: O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,3% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, e, na comparação anual, o PIB do bloco teve expansão de 0,4% entre janeiro e março. Os dados confirmaram estimativas preliminares do fim de abril e vieram em linha com as previsões. Já a produção industrial da zona do euro subiu 0,6% em março ante fevereiro, surpreendendo as expectativas de recuo de 0,4% da produção no período. No confronto anual, a produção industrial do bloco apresentou contração de 1% em março e, neste caso, o consenso era de declínio bem maior, de 2,8%.
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China: O Banco do Povo da China (PBoC) manteve a taxa da linha de empréstimos de médio prazo – conhecida como MLF – de 1 ano inalterada em 2,5% ao ano, ao fazer uma injeção de liquidez de 125 bilhões de yuans (algo como US$ 17,28 bilhões). O PBoC também injetou 2 bilhões de yuans em liquidez por meio de acordos de recompra inversa de sete dias, com a taxa de juros inalterada em 1,8% ao ano.
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