Sinais divergentes piscam em nossas telas neste início de segunda-feira (26), refletindo alguma relutância dos investidores em aumentar ainda mais a sua parcela de risco em meio ao aumento das tensões geopolíticas, que agora moderam o sentimento otimista desencadeado pelo comentário do presidente do Fed, Jerome Powell na última sexta-feira, de que “chegou a hora” de flexibilizar a política monetária. Além disso, do outro lado do globo, o fato de o Banco Popular da China (PBoC) manter inalterada sua taxa de empréstimos de um ano em 2,3%, ressaltando sua abordagem cautelosa em apoiar a economia, mesmo diante da contração nos empréstimos bancários em meio à fraca demanda, é um desafio adicional. Dito isso, o que se vê são oscilações muito contidas nos principais mercados acionários internacionais, mas com os índices de Nova York buscando se manter no terreno positivo.
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Em outros mercados, o dólar mostra alta discreta frente às principais divisas, após a maior queda em nove meses na sessão passada, os rendimentos dos Treasuries recuam, os contratos futuros do petróleo avançam, diante da ameaça de escalada do conflito no Oriente Médio após o ataque israelense contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano, enquanto os preços futuros do minério de ferro estenderam a recuperação, com ganhos de 3,45% em Dalian, em meio aos sinais de que os elevados estoques do produto continuam caindo.
Esse ambiente incerto dificulta a tomada de decisão por aqui, revertendo o foco para assuntos estritamente locais. Neste sentido, os investidores devem acompanhar uma palestra de Gabriel Galípolo, principal cotado para indicação à presidência do Banco Central em 2025, após o dirigente gerar algumas incertezas sobre o rumo da taxa Selic em falas recentes.
Agenda econômica
Brasil
Serão conhecidos hoje o boletim Focus (8h25) e os dados de transações correntes e IDP de julho (8h30). Entre os eventos, os diretores de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo (10h), e de Regulação, Otávio Damaso (16h30), fazem palestras e oPresidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de reunião extraordinária do CNPE, deve assinar decreto que regulamentará regras do setor de gás natural (9h) e comanda reunião da equipe econômica com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (15h). Amanhã, o IBGE divulga o IPCA-15 de agosto e a Comissão Mista de Orçamento (CMO) convocou uma sessão sobre a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025. Na quinta-feira, saem o IGP-M de agosto e os dados de julho do Governo Central e do Caged e, na sexta-feira, estão programados o setor público consolidado e a Pnad Contínua.
EUA
Destaque para a segunda leitura do PIB no segundo trimestre, na quinta-feira, e o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de julho, métrica de inflação preferida do Federal Reserve (Fed), na sexta-feira. Além disso, vários dirigentes do Fed discursam nos dias seguintes. Hoje, estão programadas as encomendas de bens duráveis em julho (9h30).
Europa
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da zona do euro preliminar de agosto é o principal indicador da semana, na próxima sexta-feira.
China
Na madruga de hoje para amanhã será conhecido o lucro industrial (22h30).
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