- Gastos com pet giram entre R$ 500 e R$ 800. Anualmente, vacinas e outros tratamentos precisam entrar na conta
- Para evitar sustos no futuro, reserva de emergência são recomendadas
- Planos de saúde também vão ajudar a deixar as contas mais organizadas
A chegada de um pet em casa pode ser sinônimo de alegria, alguns chinelos destruídos e sofá rasgado, mas também de bolso furado. Sem um planejamento financeiro, os gastos com o animal podem turbinar as despesas e até desalinhar as finanças de uma família.
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O professor de finanças da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Pierre Oberson de Souza sugere que os gastos com os animais sejam incluídos no orçamento fixo da casa. O planejamento deve considerar prazos mais longos, considerando vacinação anual e consulta de rotina em um veterinário. “É como planejar o pagamento do IPVA e do IPTU. Ter uma reserva financeira é bom também, como quando o carro quebra e eu levo na oficina ou o bichinho que fica doente precisa de assistência”, exemplifica o professor da FGV.
O casal de publicitários Vanessa Resta e Pedro Mendonça se encantou por Tobias, um cão sem raça definida (SRD) adotado de uma ONG ainda filhote. Nove meses depois, a dupla sentiu o orçamento apertar.
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Segundo o publicitário, os gastos mensais com o bichinho giram em torno de R$ 550, incluindo alimentação, higiene e uma creche para cães, que o pet frequenta uma vez por semana. “A gente não imaginava antes de adotar que teríamos que colocá-lo na creche. Naquela época, nós dois fazíamos home office, mas mudanças de emprego vieram e a gente precisou usar desse recurso”, afirma.
Os gastos com o animal saltam em situações esporádicas. “Quando ele precisa de veterinário ou medicamento a gente gasta bastante”, frisa. Vez ou outra, quando o casal viaja, também precisa arcar com custos de um hotel ou de um cuidador especializado.
Segundo Karina Mussolino, médica veterinária do Grupo Petz, o valor que o casal gasta está na média do que as famílias precisam arcar mensalmente com o bichinho. “Se o animal não tiver nenhuma comorbidade, ou seja uma doença crônica, o gasto gira em torno de R$ 500 a R$ 800 apenas considerando itens essenciais”, reforça.
Nessa lista entram alimentação, vacinação, vermifugação, higiene, avaliação anual com um médico veterinário, exames de rotina e até mesmo castração. Para ela, o cuidado preventivo é a melhor escolha. “Se a gente trata de forma precoce, contribui para a saúde do animal e para a vida financeira do tutor. A prevenção é a melhor saída”, recomenda Karina.
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Jefferson Souza, sócio e head de operações da Semeare Investimentos, defende que o planejamento para a chegada do animal de estimação seja como o de um filho. “Os filhotes adoram comer objetos que não deveriam. Caso necessite de cirurgia, o tratamento total pode passar dos R$ 5 mil. Já um problema na coluna durante a velhice pode chegar a R$ 10 mil em casos cirúrgicos. É melhor prevenir com uma reserva de emergência e checar bem a necessidade de um plano de saúde”, orienta o especialista.
Plano de saúde pet: vale a pena?
Oferecidos por empresas diversas, a valores atrativos, mas com condições variáveis, os planos de saúde para o animal de estimação podem ser uma forma interessante de planejamento. “Na média, você está perdendo um pouco de dinheiro para ter uma segurança maior. Para se planejar é um pouco mais fácil. Então é uma alternativa para quem tem dificuldade no planejamento ou não tem uma reserva de emergência e poderá se endividar futuramente”, ressalta Oberson, professor da FGV.
Apesar da facilidade, a médica veterinária Bruna Scardoeli, do Hospital Veterinário Butantã, frisa que avaliar o melhor plano e suas condições vai ajudar a evitar sustos futuros com o animalzinho. “É importante analisar o que o convênio contratado de fato contempla e, mesmo assim, deixar uma reserva financeira. Podem surgir necessidades extras”, diz.