Após três recordes consecutivos, Ibovespa tropeça e vê dólar assumir o protagonismo; confira análise do pregão

Os mercados globais mantêm viés positivo na tarde desta sexta-feira (5) após a divulgação do PCE (inflação ao consumidor) nos EUA, que subiu 0,3% em setembro ante agosto, e do índice de sentimento do consumidor, que avançou para 53,3 pontos, acima das projeções. As expectativas de inflação recuaram para 4,1% em 12 meses e 3,2% em cinco anos, reforçando a percepção de inflação controlada. Com isso, as apostas para um corte de 0,25pp pelo Federal Reserve, banco central dos EUA, na próxima semana permanecem próximas de 87%, enquanto as chances de manutenção ficam em 12,8%, segundo a CME. Esse cenário sustenta ganhos nos índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq, enquanto os Treasuries avançam e o dólar segue estável ante pares fortes. Na Europa, dados melhores de encomendas industriais e revisão positiva do PIB reforçam o otimismo. O petróleo sobe cerca de 1%, apoiado por prêmios geopolíticos e expectativa de demanda resiliente.

Após atingir nova máxima histórica pela manhã, o Ibovespa inverteu o sinal e, por volta das 14h30, recuava 1,84%, aos 161.424 pontos, pressionado por realização e aumento da aversão ao risco após notícias políticas. O dólar dispara 1,62%, cotado a R$ 5,40, refletindo saída de capital e demanda típica de fim de ano. A curva de juros futuros também reage, com altas nos vencimentos longos, enquanto investidores ajustam posições à espera das decisões do Copom e do Fed na próxima semana.

Entre os componentes do Ibovespa, Braskem (BRKM5) ainda lidera os ganhos com alta superior a 6%, apoiada pela expectativa de venda da fatia da Novonor. Petrobras (PETR3; PETR4) sustenta avanço com petróleo em alta, enquanto Azzas (AZZA3) e Allos (ALOS3) figuram entre as maiores quedas após um block trade do fundo canadense CPPIB — operação de grande volume feita fora do mercado tradicional para reduzir impacto nos preços, geralmente com desconto para atrair compradores. Bancos e varejo ampliam perdas com o aumento da volatilidade, e Vale (VALE3) perde fôlego após minério recuar no exterior.