
Os mercados internacionais operam em queda nesta sexta-feira (10), refletindo o aumento da aversão ao risco após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre possíveis novas tarifas à China. O movimento derrubou as bolsas em Nova York, elevou o índice de volatilidade VIX e provocou forte queda nos rendimentos dos Treasuries em meio à busca por ativos seguros. O petróleo recua mais de 3% após confirmação de cessar-fogo em Gaza. O ouro, por sua vez, avança, reforçando a busca por proteção.
No Brasil, o Ibovespa devolve os ganhos da manhã e recua, pressionado por preocupações fiscais e ruídos em torno do novo modelo de crédito imobiliário. A percepção de estímulos excessivos em ano pré-eleitoral elevou os juros futuros e o dólar, que se aproxima dos R$ 5,50. Além disso, o ambiente de aversão a risco no exterior também influencia a percepção doméstica, contribuindo para o movimento de cautela nos ativos locais.
Por volta das 13h30, o Ibovespa recuava 0,73%, aos 140.678 pontos, enquanto o dólar apresentava forte alta de 2,11% em relação ao real, cotado a R$ 5,49.
Entre as ações que compõem o Ibovespa, os papéis dos setores imobiliário, varejista e bancário lideram as perdas, em meio à leitura negativa sobre o novo programa habitacional e seus impactos fiscais. Cyrela (CYRE3), Direcional (DIRR3) e MRV (MRVE3) recuam com a perspectiva de crédito mais caro e ciclo de vendas mais longo. No varejo, CVC (CVCB3) e Magazine Luiza (MGLU3) são pressionadas pela alta dos juros. As petroleiras também sofrem com a queda do petróleo, enquanto a Ambipar (AMBP3) dispara após notícias envolvendo seu controlador e disputas judiciais.
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