- O Ibovespa encerrou esta quinta-feira (29), último pregão de 2022, aos 109.734,60 pontos com uma alta anual de 4,69%
- Se comparado ao rendimento da renda fixa local, o desempenho não é de brilhar os olhos. Mas a bolsa brasileira se saiu bem melhor que os pares internacionais em 2022
- As principais bolsas de valores dos Estados Unidos e Ásia fecharam o ano com quedas acentuadas, enquanto a maior parte das europeias também ficaram no negativo
O Ibovespa encerrou esta quinta-feira (29), dia do último pregão de 2022, aos 109.734,60 pontos com uma alta anual de 4,69%. Aos trancos e barrancos, o índice de referências da bolsa brasileira conseguiu arrancar um desempenho positivo em um ano marcado por guerra, boom de commodities, novos lockdowns na China, pressão inflacionária e alta das taxas de juros globais, além de eleições presidenciais no Brasil.
Leia também
Um período de excepcionalidades e frustrações no mercado, como contamos nesta reportagem.
Se comparado ao rendimento da renda fixa local, o desempenho não é de brilhar os olhos. Aqui, mostramos que até a poupança superou o Ibov. Veja também quais foram as 5 ações que mais subiram em 2022, além das 5 que lideraram as quedas no ano.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Apesar disso, a bolsa brasileira se saiu bem melhor que os pares internacionais em 2022.
As principais bolsas de valores dos Estados Unidos e Ásia fecharam o ano com quedas acentuadas, enquanto a maior parte das europeias também ficaram no negativo.
Em dia de agenda esvaziada, no último pregão de um ano turbulento, as bolsas de Londres e Frankfurt encerraram suas atividades nesta sexta-feira (20) mais cedo. E em baixa. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,81%, a 7451,74 pontos, enquanto índice DAX, em Frankfurt, fechou em baixa de 1,05%, a 14071,72 pontos.
Índice | País |
Desempenho 2022
|
Ibovespa | Brasil | 4,69% |
Dow Jones | EUA | -8,58% |
SP&500 | EUA | -19,24% |
Nasdaq | EUA | -33,03% |
DAX | Alemanha | -12,35% |
FTSE | Inglaterra | 0,91% |
Nikkei | Japão | -9,37% |
SSEC | China | -15,13% |
Fonte: Broadcast
Thalles Franco, gestor de renda variável da RPS Capital, explica que o descolamento do Ibovespa em relação aos pares se deve por três fatores: “Reversão parcial de uma performance relativa muito ruim do Brasil nos dois anos anteriores, o banco central brasileiro ter começado antes o ciclo de aperto monetário, e, mais importante, o alto peso do setor de commodities no Ibovespa”, explica.
Publicidade
Saindo na frente no aperto monetário, o mercado brasileiro já consegue vislumbrar o início dos cortes na taxa de juros para 2023, enquanto os BCs das economias desenvolvidas ainda têm um caminho de novas altas pela frente. No exterior, os mercados passaram por momentos turbulentos desde que o aperto monetário começou, causando uma onda de aversão a risco e fuga por investimentos mais seguros à medida em que começou-se a precificar uma recessão para o próximo ano.
No meio de todas essas instabilidades, o Brasil tornou-se uma espécie de “porto seguro” improvável. Já estava avançado na alta de juros, tem uma bolsa com grande concentração em commodities e o País está localizado geograficamente distante do conflito na Ucrânia.
Um ambiente que, mesmo com eleições presidenciais no radar, atraiu a entrada de capital estrangeiro para o País, ajudando a sustentar o desempenho do Ibov e do real frente ao dólar. “O Brasil fez o dever de casa e é bem visto por outros países. Temos a entrada forte dos investidores estrangeiros no país em quase 100 bi de reais. Os investidores institucionais não param de vender nossa bolsa”, diz Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.
Nesta entrevista com a XP, explicamos como o País se tornou a nova “TINA”, da sigla para There Is No Alternative.
Publicidade