Banco Master: a linha do tempo completa do sucesso à liquidação pelo Banco Central

Por Isabela Ortiz

2019–2024: crescimento

O Master amplia fortemente sua base de investidores ao emitir CDBs com juros muito acima do mercado, chegando a pagar até 140% do CDI, e o estoque salta para quase R$ 58 bilhões. Os recursos, porém, eram aplicados em ativos de baixa liquidez, criando um desequilíbrio entre captação cara e investimentos difíceis de resgatar.

Março de 2025: alerta inicial

O Banco de Brasília (BRB) tenta comprar o Banco Master, mas o Banco Central nega a operação. A recusa acende um alerta no mercado, que passa a ver a liquidação como possibilidade real, sinal de que a instituição já apresentava problemas estruturais.

2024–2025: intensificação das suspeitas

A instituição passa a ser investigada, especialmente após indícios de irregularidades na tentativa de venda ao BRB. O controlador, Daniel Vorcaro, entra no radar das autoridades por práticas consideradas inadequadas no sistema financeiro.

17 de novembro de 2025: última tentativa de evitar o colapso

Um grupo privado, o Fictor, manifesta interesse em comprar o banco. A proposta é analisada, mas chega tarde demais: as condições financeiras e regulatórias já eram consideradas insustentáveis pelo Banco Central.

18 de novembro de 2025: o colapso

O Banco Central decreta a liquidação extrajudicial do Banco Master, classificando a situação como “insolúvel”. No mesmo dia, Daniel Vorcaro é preso pela Polícia Federal enquanto tentava deixar o país. O BC inicia o processo de liquidação e prepara a nomeação do liquidante, responsável por levantar ativos e organizar pagamentos.

Depois da liquidação: como os investidores são afetados

Com a liquidação, credores trabalhistas e tributários são pagos antes. Investidores ficam no fim da fila - por isso o caminho mais eficiente é acionar o FGC, que cobre até R$ 250 mil por CPF, já com rendimentos. Valores acima disso entram na massa falida, com recuperação incerta.

Próximos passos: como recuperar seu dinheiro

O FGC só paga após receber do liquidante a lista oficial de credores, processo que leva cerca de 30 dias. Depois da liberação, o investidor deve fazer cadastro no aplicativo do FGC, confirmar dados e assinar o termo. O pagamento sai em até 48 horas úteis.

Situação do Willbank

O Willbank, do mesmo grupo, não entrou em liquidação. Segundo o BC, ainda há possibilidade de venda e separação do negócio, o que preserva seus investidores - ao menos por enquanto.