Bíblia hebraica de mil anos pode arrematar US$ 50 milhões em leilão

O Codex Sassoon pode se tornar o livro mais caro da história

O Codex Sassoon, uma cópia quase completa da bíblia hebraica, será leiloada em maio pela casa Sotheby’s e deve arrecadar algo entre US$ 30 e US$ 50 milhões, possivelmente tornando-se o livro mais caro da história.

A Bíblia hebraica é composta por 24 livros – Pentateuco, Profetas e Escritos – e é a base do Antigo Testamento da Bíblia cristã.

Nesta versão faltam as primeiras páginas do Gênesis. O Codex Sassoon foi produzido em algum lugar entre as atuais Síria e Israel entre o fim do século 9 e o início do 10.

Depois de passar por diversas sinagogas e mãos, esta edição foi parar na coleção do colecionador britânico David Solomon Sassoon. O atual proprietário é o suíço Jacob (Jacqui) Safra, sobrinho dos banqueiros brasileiros de origem judaico-libanesa Joseph, Moise e Edmond Safra.

Esta tanakh – como é conhecida esta coleção de escrituras israelitas – foi obra da bela caligrafia de um só escriba, demandou o uso da pele de dezenas de animais para suas páginas e ficou por anos longe dos olhos do público.

Duas outras bíblias hebraicas da virada do primeiro milênio também sobreviveram: o Codex de Aleppo (c. 930, hoje em um museu em Israel) e o de Leningrado (c. 1008, preservado em São Petersburgo, Rússia).

Ajustados pela inflação, os livros e manuscritos mais caros já vendidos na história são uma cópia da Constituição dos EUA comprada por US$ 43,2 milhões em 2021 (o bilionário dos hedge funds Kenneth C. Griffin bateu um grupo de investidores de criptoativos no leilão) e o Codex Leicester de Leonardo da Vinci, arrematado por atuais US$ 56 milhões por Bill Gates.

Fotos: Sotheby's (1 e 4); Commons (7)