Relembre o dia em que uma flor quase quebrou um país
Junto com os moinhos de vento, a tulipa é um dos símbolos da Holanda, mas no século 17 – época de Rembrandt e Maurício de Nassau –, ela quase representou a ruína econômica do país.
Tudo por causa de uma mania especulativa que tomou conta da sociedade da época, com ricos burgueses e simples cidadãos investindo suas economias, hipotecando suas casas e endividando-se para fazer fortuna.
Por volta de 1634 alguns mercadores começaram a obter lucros imensos com a exótica flor originária da Turquia. A especulação ganhou tamanha dimensão que uma simples tulipa poderia valer o mesmo que uma boa casa em Amsterdã.
Os preços começaram a escalar de tal forma que negociadores mais espertos perceberam que estavam ganhando muito dinheiro sobre a ganância coletiva. Até que a mãe de todas as bolhas financeiras estourou…
Em 3 de fevereiro de 1637 as tulipas chegaram ao seu pico de preço; dois dias depois, um leilão falhou em vender seus lotes e seus endividados donos não conseguiram cumprir seus débitos. Era o início do fim.
O preço das flores desabaram mais de 90% em poucas semanas. Devedores micaram com suas tulipas nas mãos e credores não conseguiram recuperar seus empréstimos. Muitos litígios financeiros nunca foram resolvidos.
Apesar da mania da tulipa ter impacto real sobre as finanças pessoais de muitas famílias e no mercado de crédito, estudos modernos contestam até onde esta bolha foi um real crash da economia dos Países Baixos.
Seja como for, até hoje a bolha da tulipa serve de parábola para os investidores modernos e é relembrada a cada onda especulativa. E, vale lembrar, a Holanda é o maior exportador de flores do mundo, com faturamento de US$ 4,6 bilhões em 2023.