Casas Bahia, Oi, Marisa: o que é um grupamento de ações e como isso afeta o investidor?

A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de acionistas da Casas Bahia aprovou a proposta de grupamento total de suas ações ordinárias.

As ações do varejista vêm despencando nos últimos meses, desabando mais de 90% em pouco mais de 2 anos, com cotação próxima ao de uma penny stock, abaixo do R$ 1.

Junto com essa queda e mudanças estruturais, a empresa tem trocado de nome (primeiro Via Varejo, depois Via) e de ticker de identificação na Bolsa (de VVAR3 para VIIA3 e agora BHIA3).

Por uma regra da B3, uma ação que seja negociada abaixo do R$ 1 em vários pregões seguidos deixa de ser elegível para compor índices da Bolsa, como o Ibovespa.

Outras implicações são a perda de prestígio do papel e sua liquidez, já que muitos fundos passivos investem em índices e, por consequência, nessas ações de baixo valor.

Para contornar estes problemas, uma solução simples é o grupamento de ações, também chamado de inplit, onde o número de ações à disposição são consolidadas em uma proporção pré-acordada.

No caso da Casas Bahia a proposta de grupamento é juntar 25 ações para formar uma nova.

Ou seja, quem tem menos do que 25 ações tem um prazo para compor esta fração e ter direito a uma nova ação consolidada ou vender sua posição. Frações soltas serão somadas e vendidas em leilão.

No começo do ano a BR Properties propôs um inplit de 40 para 1 para BRPR3 (hoje resgatadas). Marisa (AMAR3; 5:1) e Oi (OIBR3; 10:1) foram outras empresas que aprovaram a operação.

Outra empresa que pode considerar essa consolidação de papéis é a Americanas (AMER3), cuja crise contábil tem levado com frequência a cotação de suas ações abaixo da linha do R$ 1.

O grupamento é o oposto do desdobramento de ações (quando papéis chegam a valores muito altos e precisam ser “fracionados”, melhorando sua liquidez, como já fizeram Apple e Amazon).