O chocolate está ficando cada vez mais e não é à toa, já que o cacau é uma das commodities que mais subiram neste ano: a cotação da tonelada dobrou de outubro do ano passado para cá, saindo de US$ 3.817 para US$ 7.751.
O aumento do preço está relacionado às condições climáticas. A produção de cacau na Costa do Marfim e Gana, maiores exportadores mundiais, têm sido prejudicada por causa de secas e aumento das temperaturas que afetam a produção do fruto.
Aqui no Brasil a produção de cacau não é suficiente para atender à demanda interna, com a maior parte da produção concentrada na Bahia. Com a oferta global comprometida e com a demanda constante, os preços sobem.
O Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI), mostra que a inflação no preço do chocolate acelerou do início do ano até abril, com 4,98% de inflação. Nos meses seguintes, houve uma queda, mas em setembro, subiu para 3,86% de inflação.
O brasileiro não compra o cacau em fruto, mas é um grande consumidor de chocolate. De acordo com a Organização Internacional do Cacau (ICCO), 2024 é o terceiro ano consecutivo de déficit na produção e mais um de alta nos valores do chocolate.
Além dos preços dos bombons subirem, a qualidade pode mudar. A baixa disponibilidade de cacau pode levar os fabricantes a buscarem adicionar ao produto outras matérias-primas, que não são tão nobres quanto o cacau.