Companhia estava em recuperação judicial desde 2021
A Pan – Produtos Alimentícios Nacionais S.A. –, companhia famosa pelos cigarrinhos de chocolate, pediu falência à Justiça. Em recuperação judicial desde 2021, a empresa declarou que não tem condições de pagar suas dívidas, superiores a R$ 200 milhões.
O processo de recuperação judicial se encerrou há algumas semanas e o Ministério Público já havia pedido no ano passado a falência da companhia fundada em 1935 por Aldo Aliberti e Oswaldo Falchero em São Caetano do Sul, no ABC paulista.
Os produtos mais conhecidos da Pan eram o famoso cigarrinho – que por questões de proteção à imagem infantil e ao antitabagismo se transformaram posteriormente em inocentes conjuntos de lápis –, pão de mel, passas cobertas, bombom recheado de conhaque e moedas do pirata.
Boa parte da divida da Pan é tributária – em especial junto à União e ao estado de São Paulo. O imbróglio judicial se arrastou por meses, enquanto a promotoria não via saída para o rolamento dos débitos, inclusive com bancos, e injeção de recursos para recuperar a capacidade comercial da empresa.
"A empresa é contumaz devedora do Fisco e se mostra desidiosa (negligente) no pagamento dos débitos fiscais existentes", teria afirmado o promotor Júlio Sérgio Abbud em pedido de falência encaminhado à Justiça em agosto de 2022.
À época a Pan se defendeu citando que a pandemia do novo coronavírus agravou suas dificuldades financeiras. As medidas de isolamento social e sanitário começaram poucas semanas antes da Páscoa de 2020, período crucial para o mercado de chocolates.
Este parece ser o triste capítulo final de uma companhia que por quase 90 anos recheou as memórias das crianças brasileiras.