Demissões no Facebook, Twitter e Amazon representam o fim de uma era?

Entenda o que está levando techs do Vale do Silício a cortar vagas

Há alguns dias Mark Zuckerberg, CEO da Meta – companhia que integra Facebook, Instagram e WhatsApp – anunciou a demissão de 11 mil funcionários. Este foi apenas um dos mais recentes cortes entre big techs, startups e fintechs, muitas localizadas no até então intocável Vale do Silício.

Várias empresas cresceram exponencialmente nos últimos anos, coincidindo com a digitalização de serviços durante a pandemia e a popularização de criptoativos. O alto faturamento levou a altos investimentos em novos projetos, compras de concorrentes e aumento nas equipes de vendas e desenvolvedores.

As ações de várias companhias bombaram no período, levando seus maiores acionistas ao topo do ranking de bilionários. No entanto, o momento atual de inflação, juros altos, estagnação na economia e no consumo, além de mudanças no comportamento das pessoas, dilapidaram as curvas de crescimento de grandes corporações de tecnologia.

Amazon (AMZO34)

A varejista Amazon, fundada por Jeff Bezos, cortará 10 mil postos às vésperas da Black Friday e do Natal. Com a volta aos hábitos pré-pandemia, as ações da companhia caíram 47% nos últimos 12 meses. A equipe de desenvolvimento da assistente Alexa é uma das envolvidas nos cortes.

Meta (M1TA34)

A queda do valor das ações da Meta de 45% no último ano levou ao ex-Facebook chegar a um valor de mercado próximo dos valores de 6 anos atrás. Altos investimentos no metaverso, concorrência do TikTok e estagnação no número de usuários são os desafios da gigante das redes sociais.

Twitter

Depois de um tumultuado processo de compra envolvendo Elon Musk, foi anunciado o corte de cerca de 3.700 postos, metade da força total de trabalho. Problemas com custos, geração de renda e polêmicas com contas estão à frente da nova administração. As ações da companhia foram retiradas da Nasdaq recentemente.

Salesforce (SSFO34)

A gigante dos softwares Salesforce, sediada no mais alto edifício de San Francisco, Califórnia, cortou algumas centenas de vagas no começo de novembro. As ações da companhia, negociadas na NYSE sob o ticker CRM, caíram 51% ao longo dos últimos 12 meses.

Coinbase (CDOI34)

Depois de um boom nos últimos anos, o inverno cripto chegou a uma de suas maiores exchanges. A Coinbase demitiu mais de mil funcionários sob a sombra de queda no faturamento. Segundo o CEO Brian Armstrong, a companhia cresceu rápido demais e agora precisa controlar suas despesas. As ações da companhia caíram mais de 85% no último ano.

Robinhood

A plataforma de serviços financeiros demitiu em agosto 23% de seus colaboradores, culpando a crise dos criptoativos. Os papéis HOOD, negociados na Nasdaq, retrocederam 71% nos últimos 12 meses.

Talvez seja exagerado dizer que essas demissões em massa representem o fim de uma era.

Provavelmente o mais acertado é imaginar um ajuste a uma convergência de fatores como o lockdown da pandemia, digitalização e serviços de delivery que deixaram momentaneamente de ser tão essenciais, seguida de inflação e juros altos em um segundo momento.